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Familiares de presos mortos em rebelião ainda esperam respostas de inquérito

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Familiares de presidiários que foram mortos durante a rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, em julho de 2023, cobram uma resposta das autoridades a respeito do fechamento do inquérito que investiga quem são os facilitadores que possibilitaram o início do ato rebelde.


Nas 24 horas de rebelião, 5 custodiados pelo Estado e pertencentes à organização criminosa Bonde dos 13 foram mortos, 3 deles decapitados. Os homicídios foram atribuídos ao Comando Vermelho.


Na época da ocorrência, um gabinete de crise foi montado pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública para tentar dar fim ao motim, que só acabou no dia seguinte à tomada dos criminosos. 14 presos apontados como envolvidos na rebelião foram distribuídos em presídios federais pela Secretaria Nacional de Políticas Nacionais, com o auxílio da Polícia Federal.

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Segundo as famílias, o inquérito que apurava a responsabilidade direta pelas mortes já teria sido fechado pela Polícia Civil, mas o segundo, que investiga a participação de facilitadores para a rebelião e tinha um prazo inicial de 30 dias para o seu fechamento, está sendo prorrogado repetidas vezes.


Imagem de câmera de segurança grava corredor tomado por criminosos – Foto: redes sociais/divulgação

Dois dias após o fim da rebelião, em 29 de julho do ano passado, o coronel José Américo Gaia, secretário de Segurança Pública do Estado do Acre, disse ao Bar do Vaz, no ac24horas, ser evidente a participação de não apenados no motim. “Como eles iriam sair das celas? Então alguém deu algum objeto para eles. Agora, quem? Isso só a investigação vai dizer. Pode ser um familiar, pode ser um policial, pode ser um advogado, pode ser qualquer pessoa que tenha tido acesso com eles”, disse Gaia.


O portal G1 divulgou que em agosto, recebeu denúncia de servidores da unidade que ponta que a inteligência da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) tinha tido acesso a áudios e outros materiais que mostravam o plano de uma possível tentativa de fuga no presídio, porém, ignorou as informações. Policiais penais teriam alertado e até pedido a retirada de armas do local, o que não foi feito. Os presos tiveram acesso a 15 armas no dia da rebelião.


A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil do Acre questionando sobre a extensão do prazo para a conclusão do inquérito, mas as solicitações de informações não foram respondidas.


Já o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), disse que a sindicância que apura a participação de agentes no episódio ainda está em andamento. O órgão não quis responder se há, por parte do Iapen, agentes públicos afastados por conta da investigação ou em consequência dela.


Os nomes dos mortos são:


Ricardinho Vitorino de Souza – vulgo Anjo da Morte: Conhecido como matador de um grupo criminoso que atua na capital, ele estava preso desde fevereiro de 2020. Na época da prisão, a Polícia Civil informou que ele executava ordens que partiam de dentro do presídio junto com outros comparsas. Ele confessou participação em 15 homicídios ocorridos na capital acreana.


Marcos Cunha Lindoso – vulgo Dragão: Considerado um dos maiores chefes de uma facção criminosa com atuação no estado, ele foi preso em São Paulo em 2018. Chegou a ser resgatado quando participava de uma feira de artesanato no Centro de Rio Branco, durante atividade externa. Ele era condenado por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa.


Francisco das Chagas Oliveira da Silva – vulgo Ozim: Também ligado a uma facção criminosa. Ele foi condenado em 2020 a mais de 20 anos por integrar organização criminosa.


Lucas de Freitas – vulgo Poloco: Em 2020, ele foi condenado a mais de 29 anos pela morte de Florípedes Paixão dos Santos, de 37 anos, ocorrida em abril de 2015. Ele também era suspeito de envolvimento em um latrocínio de um policial militar aposentado.


David Lourenço da Silva – vulgo Mendigo: Ele cumpria pena por integrar organização criminosa.


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