O indígena Bonifácio Shawãdawa, de 105 anos, diz ter esperado mais de duas horas e meia por atendimento médico na manhã desta terça feira, 2, no Hospital Abel Pinheiro, situado em Mâncio Lima, interior do Acre.
O ancião centenário não dorme há duas noites com dores por todo o corpo e principalmente na cabeça. Ele, que é natural de Porto Walter, mora no Ramal do Banho, em Mâncio Lima.
“Nós viemos às 10 horas da manhã e agora já são 12h30 e ele com essa idade toda, está se retorcendo de dor na recepção. Só tem um médico atendendo. Observamos que outras pessoas bem mais jovens do que ele já foram chamadas. Dizem que é por uma classificação de risco, mas meu avô é centenário e está dizendo que não vai aguentar”, reclama Enizânia Shawãdawa, neta do idoso, que o acompanha na unidade hospitalar.
Às 12h42 , o diretor do Hospital de Mâncio Lima, Hélio Bentes, disse que seu Bonifácio estava sendo atendido. “Ele deu entrada na recepção da unidade, foi atendido pela equipe de triagem e obteve classificação verde. Após o isso, o mesmo foi atendido pela plantonista e já se encontra medicado e em observação no hospital. Todos os sinais vitais deles estáveis, sem nenhum sinal de gravidade”, explicou o diretor.
Ele relata que o Hospital está sobrecarregado, porque devido o recesso da prefeitura de Mâncio Lima, algumas unidades de saúde do município estão fechadas. O hospital, de acordo com o diretor, está absorvendo todos os atendimentos. Além disso, de acordo com ele, há muitos casos suspeitos de dengue em Mâncio Lima, o que está levando muitas pessoas a procurarem a unidade hospitalar.
“Hoje nós estamos com um número considerável de pacientes classificados como ficha amarela com quadro febril e sintomas característicos de dengue”, pontua.
Nos documentos de seu Bonifácio, consta que ele tem 87 anos de idade. Mas a família afirma que houve um erro na emissão do documento e que ele tem, na verdade, 105 anos.