Apontado como o principal mandante da morte do ex-prefeito de Plácido de Castro, Gedeon Barros, que na época tinha 52 anos, o pecuarista e ex-secretário municipal de Esportes, Liomar de Jesus Mariano, mais conhecido como Mazinho, de 48 anos, foi candidato a vice na chapa em que a vítima não se reelegeu gestor da cidade por mais 4 anos. Nas eleições de 2020, a dupla obteve apenas 2.800 votos, ficando em segundo lugar no pleito, perdendo apenas para o atual prefeito da cidade Camilo da Silva, que teve 3.838 votos.
Mazinho foi preso nesta quarta-feira, 20, em uma operação da Polícia Civil coordenada pelo delegado Alcino Junior, que declarou em entrevista coletiva que o crime teria sido de pistolagem, quando supostamente o pecuarista, ao lado de Carmélio de Souza, também preso, terem sido responsáveis por contratar os assassinos de Gedeon. “O que a gente pode dizer é que a investigação levou a conclusão de que houve um desacordo comercial entre a vítima e as pessoas que planejaram o crime”.
Leia mais: Delegado diz que execução do ex-prefeito Gedeon Barros foi crime de pistolagem
Foram expedidos pela justiça seis mandados de prisão, sendo três já foram cumpridos, dois em Rio Branco e um em Tarauacá. Outros três mandatos, de pessoas acusadas de serem intermediárias e que teriam fornecido a arma e a motocicleta para a execução do ex-prefeito, devem ser cumpridos em breve.
O Ecos da Notícia apurou que o tal desacordo comercial citado pelo delegado pode ser referente a cobrança de R$ 102 mil em uma ação monitoria protocolada em fevereiro de 2021 na Vara Cível da Comarca de Plácido de Castro, meses antes de Gedeon ter sigo executado a sangue-frio com dois tiros um estacionamento próximo à rotatória da Corrente, no Segundo Distrito de Rio Branco, por uma dupla em uma motocicleta. Os envolvidos na cena do crime já estariam a disposição da justiça e teriam sido presos. O crime ocorreu em 20 de maio de 2021. Apesar da cobrança recente, a dívida, segundo consta na ação, seria do ano de 2017 e se arrastava por ano e o valor atualizado dela ultrapassava os R$ 160 mil. Gedeon teria assinado uma nota promissória em 05 de setembro de 2017, quase um ano depois de ter sido eleito prefeito pela primeira vez na cidade.
O curioso da ação que cobrava Gedeon é que o pedido de execução divida se estendia também a esposa do ex-prefeito, Lúcia Barros, que após a morte do marido afirmava que ele havia avisado que se acontecesse algo com ele, uma pessoa seria a responsável. Gedeon já havia sido ameaçado de morte por uma pessoa na época que alegava uma dívida. Em razão das ameaças, ele chegou a registrar ocorrência via Ciosp. O nome dessa pessoa nunca chegou a vir a torna, pelo menos até agora.
Na ação que Mazinho move na justiça contra Gedeon e Lúcia ele alega que a dívida é decorrente “de negociações relativas a compra e venda de produtos entre ambos”, mas não especifica que produtos seriam esses. Do valor de mais de R$ 160 mil, Gedeon teria pago apenas R$ 36 mil. Como o ex-gestor tinha bens declarados a Justiça Eleitoral no valor superior a R$ 400 mil, os advogados de Mazinho tentaram por diversas vezes notificar o espólio de Gedeon e a esposa Lúcia, mas não conseguiram até o momento.
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