Gladson Cameli não acredita em afastamento do cargo: “não se tira um governador do nada”

O governador Gladson Cameli  esteve nesta quinta-feira, 14, participando de uma entrevista na Rádio Difusora Acreana, que também foi transmitida em todas as rádios públicas do governo estadual.

Durante duas horas, Gladson falou sobre as ações desenvolvidas por seu governo durante a gestão de 2023 e sobre as polêmicas de sua gestão.

O próprio governador foi quem, durante a entrevista, provocou o debate sobre a Operação Ptolomeu, onde é acusado de desvio de recursos públicos. Gladson afirmou que tem a consciência tranquila, mas admitiu que o processo de investigação provoca instabilidade emocional.

“Essa investigação já tem três anos e não estou fazendo questionamento quanto ao trabalho dos órgãos de controle. Se eu tivesse a consciência pesada,  eu não tocava nesse assunto. Sempre andei de carro, sempre morei em casa boa, não pulei de um fusca para uma BMW, já fui citado na Lava Jato e reviraram a minha vida de cabeça para baixo e não descobriram nada. Agora é claro que isso causa uma estabilidade emocional”, disse Gladson.

Ainda sobre a investigação, o governador disse que não acredita que será afastado do cargo. “Estou tranquilo, confio na justiça. Isso só interessa quem não quer o bem do Estado, ninguém tira governador assim do nada, estou pronto para me defender e confio na justiça. Começaram dizendo que eu tinha desviado R$ 800 milhões, já caiu para mais R$ 11 milhões, só o que bloquearam, já pagou tudo”, disse Gladson em tom bem-humorado.

Durante a entrevista ao Sistema Público de Comunicação, Gladson destacou que durante a crise, a contenção de despesa foi para não comprometer a folha de pagamento, mas que o Acre fecha o ano em um momento de saúde financeira estabilizada.  “Foi um ano difícil, não está tudo perfeito, mas fiz um esforço para não atrasar a folha de pagamento. Quando eu percebi a queda da economia, autorizei uma contenção de gastos para não comprometer a folha de pagamento, mas vamos ter o melhor Natal dos últimos tempos. Vou pagar o décimo dia 20, estamos anunciando o concurso da Sefaz e o IBGE diz que o Acre tem o menor índice de desemprego do país”, explicou.

Gladson disse ainda que o pagamento do 13º só não vai sair nesta sexta por um pedido do setor comercial e empresarial.  “Não paguei sexta porque fui convencido pelas federações e associações comerciais para que deixasse para o dia 20, para ficar mais perto do Natal e esse dinheiro pudesse circular com mais veemência próximo ao Natal”, enalteceu.

O governador, que vai para o segundo ano de seu segundo mandato, destacou que considera positiva ações da saúde, segurança, citou obras importantes e falou sobre meio ambiente, onde destacou a participação do estado na COP-28 em Dubai. “Chegamos lá de cabeça erguida, diminuímos o índice de desmatamento e queimadas, não sou ambientalista, sou sensato, não posso ir contra a política mundial”.

Em relação à segurança pública, em seu balanço, Gladson destacou que o Acre não tem nenhuma cidade entre as 50 mais violentas do país. Na saúde, citou o mutirão de cirurgias da Fundação Hospital e  os investimentos que serão feitos no próximo ano para diminuir a fila de cirurgias. Lembrou ainda das reformas nos hospitais de Sena Madureira, Feijó e a nova maternidade em Rio Branco.

Gladson ainda falou sobre obras importantes, lembrando que inaugura já na próxima semana a ponte do 2º Distrito em Sena Madureira, a previsão da conclusão da ponte sobre o Rio Acre em Xapuri e o início da obra da Orla do 15.

Apesar de ter apoiado a candidatura à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, Gladson fez questão de destacar o apoio do governo Lula. “Eu preciso destacar a ajuda do presidente Lula, eu já mandei para licitação de 1.542 moradias que serão, neste primeiro momento, Assis Brasil, Xapuri e Rio Branco e temos o apoio do programa Minha Casa, Minha Vida que é do programa federal”, disse.