O ex-vice-governador do Acre, Major Wherles Rocha, foi o convidado desta semana do PôdiCast, programa de entrevista apresentado pelo publicitário Davi-Sento-Sé e replicado no ac24horas. Magro e com uma aparência mais leve, o militar de 55 anos que recentemente passou por problemas de saúde tocou em temas sensíveis no bate-papo de pouco mais de 1 horas.
Rocha, por ser da área, trouxe o tema segurança pública na pauta da conversa, afirmando que Rio Branco é uma cidade pequena, as pessoas se tratam pelo nome. “Hoje ainda é pequena, mas violência afastou as pessoas”, disse o político que revelou que já foi jornalista antes de iniciar na Polícia e trabalhou com Zé Leite e Mário Emilio Malaquias. “Trabalhava de manhã, a tarde e a noite no jornalismo. Fiz concurso para a PM. Fiz por fazer, passei em segundo no concurso e segui a carreira para conhecer”, disse.
Sobre a Polícia Militar, Rocha afirmou a Corporação trata muito mal seus integrantes e que isso foi um dos motivos para que ele migrasse para a política. “A Polícia Militar trata muito mal os seus integrantes e esse foi um dos motivos por que eu miguei para a Política. A luta por melhorias em promoção para os militares me desgastou muito com o Comando, com o governo. Nunca fui de abaixar a cabeça e isso no militarismo não é bom, mas eu não me arrependo do que eu fiz. Acho que eu e outros conseguimos fundamos a Associação dos Militares que até hoje o endereço da entidade tá na casa do meu pai. Ele foi o advogado que assinou a ata de fundação”, revelou.
Na questão salarial dos Policias, o Major afirmou que travou uma guerra com o governo petista porque o Palácio na época passava imagem que os Policiais do Acre ganhavam o melhor salário do Brasil, o que para ele não era verdade. “Nós ganhávamos mal. Não era o menor salário do estado, mas o governo queria passar a ideia de que nós ganhávamos bem. Não ganhávamos mal, mas tava muito longe de ser o melhor salário do Brasil como chegaram a divulgar. E hoje continuamos mal. Quando aceitamos para ser vice de uma chapa para tir o PT do governo, uma das promessas de campanha do governador Gladson é que nós teriamos outras vantagens de algumas categorias tem”, frisou.
Rocha afirmou que a Polícia Militar precisa avançar. “A PM presta um serviço muito importante, tem muita gente que reclama e eu acho que o cidadão tem que cobrar a melhoria do serviço policial, mas nós também temos muitas dificuldades e o Estado tem essa coisa do Tamanho. É um Estado que é grande e difícil de fazer um trabalho de policiamento. Combater a criminalidade, a violência no Acre não é impossível e nós tentamos isso, quando chegamos ao governo, mas parece que faltou vontade de quem tava sentado nas cadeiras que podiam decidir”, destacou.
Com relação às facções que assolam o Estado, Rocha acredita que falta vontade do poder público para controlar o problema. “O Acre é um Estado pequeno, todo mundo se conhece. E todo mundo sabe se tem um traficante, se tem um faccionado na rua e falta esse link com a polícia e a vontade de resolver isso. Falta inteligencia policial. A Polícia Civil não acabou, mas falta da cúpula da Polícia Civil essa vontade, essa determinação para acabar, para combater de fato as organizações criminosas. Eu fico envergonhado quando eu passo por um bairro ou até mesmo no centro de Rio Branco e tá lá desenhando a inscrição de uma facção e às vezes escrito até assim: é proibido isso, é proibido aquilo. Ou seja, o crime assumindo o papel do Estado de controlar. Eu não acho difícil se houver vontade, mas falta coragem”, enfatizou.
O ex-deputado também não esqueceu do período em que foi vice de Gladson Cameli. “O PT tem seus méritos. Ninguém pode dizer que não fez nada, que fez. Foi um modelo cansado, cansou e o extrativismo que o Jorge queria ressuscitar não funciona e outras coisas mais. Na produção rural, o Tião tentou em algumas frentes na industrialização e não conseguiu. Então a gente resolveu tentar fazer a diferente, mas acho que a intenção do Gladson não era fazer isso. Fazer diferente com quem te ajudou a chegar lá, é dificil porque tem a cobrança. Todas às vezes que tinha coisa errada, eu procurei o governador e o informava da situação e ele simplesmente ficava inerte. Isso me incomodou num ponto que chegou a hora de eu dizer pra ele que ia tomar uma providência. Eu não posso saber de uma coisa e me omitir. Naquele momento eu acreditava que o governador não participava desse negócio. Eu passei a levar os problemas para os órgãos de controle e passei a ser o inimigo do Estado”, informou.
Rocha afirma que a briga política que travou com Gladson não o traz arrependimento. “Não arrependo do que fiz.Eu tenho a consciência tranquila que eu fiz o que era correto. Talvez alguém no meu lugar teria dito, me dá uma parte que eu vou ficar calado. Não era isso. Eu passei a vida inteira apontando os dedos para outros, no que tava errado. Ai eu ia pegar e me omitir num governo que eu ajudei a eleger, não”, disse.
Essa e outras declarações você pode acompanhar na íntegra assistindo o Pôdicast:
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