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Produção de peixe cresce 3,2%, mas ainda faltam investimentos para expansão no Acre

Por
Edmilson Ferreira

A produção de peixe em cativeiro cresceu 3,2% no Acre entre 2021 e 2022 após recorrentes prejuízos decorrentes do fim da Peixes da Amazônia S/A. A produção saiu de 3.740 toneladas para 3.860t -e não recupera sequer o patamar de 2020 (4.060t). Apesar de pequeno, o crescimento é um sinal de alívio no mercado. Demonstra também que há, sim, potencial para essa atividade se expandir no Acre — e é isso que conclui o Anuário do Peixe 2023, produzido pela Associação Brasileira de Piscicultura, a PeixeBR.


“A dependência de recursos públicos para manter a atividade de piscicultura levou a uma estagnação do setor quando o Estado deixou de repassar recursos. Essa falta de investimentos oficiais, no entanto, não impediu que o setor mantivesse as boas perspectivas, sustentadas pelas características locais. De acordo com o próprio governo do Acre, o estado apresenta grande potencial de produção, favorecido por condições naturais como, por exemplo, clima, topografia, localização geográfica e o desenvolvimento de espécies regionais”, diz o Anuário.


O relatório da PeixeBR diz ainda que para suprir a demanda da população local, o mercado recorre ao pescado cultivado, principalmente, em Rondônia. Embora faltem investimentos governamentais mais incisivos para que o setor evolua, é importante destacar que o entendimento de que o estado é o único responsável pela piscicultura impede que a atividade se desenvolva a partir de investimento do próprio setor produtivo.


Existe uma infraestrutura no estado de produção, principalmente viveiros escavados, porém, a distância dos grandes centros consumidores é uma das dificuldades a serem vencidas para tornar a atividade econômica viável na região.


O Acre começou a produzir uma espécie que tem bom potencial de mercado, a tilápia (60t em 2022), mas as espécies nativas são mais criadas (3.800t em 2022).


No ano passado, a produção brasileira de peixe de cultivo chegou a 860.355 toneladas, conforme o levantamento exclusivo realizado pela Peixe BR. Esse número representa aumento de 2,3% sobre as 841.005 toneladas produzidas em 2021.


Desde que a Peixe BR oficializou essas estatísticas, em 2014, a evolução da produção de peixes de cultivo já chegou a 48,6%. É um acréscimo de 281.555 toneladas dentro de nove anos. E essa multiplicação não tem milagres. Todo esse avanço é resultado de muito aprimoramento de toda a cadeia produtiva e da intensa dedicação da Peixe BR para estimular, por todo o País, não só o cultivo sustentável – do ponto de vista econômico, ambiental e social – dessa proteína, como o consumo.


Com o crescimento da própria atividade, também tem ganhado força a imagem institucional do pescado.


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Edmilson Ferreira

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