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Taxa de desemprego no Acre é de 6,2%, a menor dos últimos 11 anos

Por
Orlando Sabino

O IBGE publicou no último dia 22/11 os dados do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). No terceiro trimestre de 2023, o desemprego no país chegou a 7,7%, uma queda de 0,3 ponto percentual (p.p.) no confronto contra o segundo trimestre. A retração foi acompanhada por apenas três Unidades da Federação (UFs): Acre, Maranhão e São Paulo. No Acre, o desemprego chegou a 6,2%, recuando 3,9 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre. A taxa do Acre foi a menor taxa, desde 2012 (início da pesquisa do IBGE). A última menor taxa tinha ocorrido no 4º trimestre de 2014 (6,3%).


No gráfico a seguir destacamos todas as taxas do Acre referentes aos segundos trimestres desde 2012.



21 mil pessoas continuam desempregadas


De um total de 693 mil pessoas maiores de 14 anos, 340 mil estavam no mercado de trabalho (dispostas a trabalhar), destas 319 mil estavam ocupadas e 21 mil estavam desempregadas. No mesmo período de 2022, cerca de 320 mil pessoas com mais de 14 anos, não estavam dispostas a trabalhar, esse número cresceu para 354 mil em 2023.


Quase 35% dos desempregados no Rio procuram trabalho há mais de 2 anos


Sete das 27 unidades da federação têm mais de 30% de seus desempregados em busca de trabalho há pelo menos dois anos. O Rio de Janeiro lidera o ranking dos Estados (37,5%), seguido pelo Acre com 35%, cerca de 7 mil dos desempregados. O grupo pode ser incluído no conceito de desemprego de longo prazo. Quanto mais longa é a busca por trabalho, mais difícil é a reinserção dessas pessoas no mercado de trabalho. 


O percentual da população ocupada do estado trabalhando por conta própria foi de 29,8%.


No Brasil eram 25,5% dos ocupados trabalhando por conta própria. Os maiores percentuais foram de Rondônia (34,0%), Maranhão (31,8%) e Pernambuco (31,0%). Dos 319 mil ocupados no Acre, 95 mil (29,8%) trabalhavam por conta própria (autônomos). É importante assinalar que do total dos que trabalham como autônomos, 84 mil não tinham CNPJ, (88,4%).


Dos 319 mil empregados, 142 mil estavam no setor informal (44,5%) 


A taxa de informalidade para o Brasil foi de 39,1% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Maranhão (57,3%), Pará (57,1%) e Amazonas (55,0%) e as menores, com Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,6%) e São Paulo (31,3%). No Acre a taxa foi de 44,5%. No terceiro trimestre de 2022 eram 151 mil ocupados na informalidade no Acre, ou seja, 46,6%, portanto, uma redução de mais de 2 pontos percentuais.


Conforme o IBGE, para o cálculo da proxy de taxa de informalidade da população ocupada são consideradas as seguintes populações: Empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; Empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; Empregador sem registro no CNPJ; Trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; e Trabalhador familiar auxiliar.


23 mil trabalhadores acreanos estão desalentados


O IBGE considera desalentado quem gostaria de trabalhar, porém não procura emprego por achar que não encontraria. Essa população pode ser desmotivada a ingressar no mercado de trabalho por fatores como idade, qualificação, cenário econômico ou localidade. No Acre 23 mil trabalhadores estão desalentados, o mesmo número do mesmo trimestre do ano anterior.


Em um ano, somente a Indústria (2 mil)) e os Serviços Privados (8 mil) aumentaram os empregos 


Quando se analisa os dados do Acre para as pessoas ocupadas por grupamento de atividades do trabalho principal, verifica-se que somente o setor industrial (sem construção) e o setor dos serviços privados (sem o comércio e os serviços públicos), tiveram crescimento nos números de empregos, em relação ao mesmo período de 2022. Importante destacar que, em 2022, o estado possuía 20 mil pessoas a mais no mercado de trabalho. Os dados pormenorizados de todos os setores estão expostos no gráfico abaixo.


Dados do CAGED demonstram tendência de queda nos empregos com carteira assinada


Na contramão, conforme dados do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho, divulgados no último dia 28/11, a oferta de trabalho com carteira de assinada está caindo no Acre nos últimos três meses, o saldo do emprego (admissões menos desligamentos), em agosto foi de 552 vagas, em setembro 305 e em outubro 127. Dados que demonstram uma tendência de queda.


Porém, os dados do CAGED consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não incluem os informais. Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados IBGE, coletados por meio da PNAD. Os números do CAGED são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto os dados da PNAD são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.



A geração de emprego é o centro das prioridades de qualquer política pública. Os números são bons e merecem comemorações. Certamente, os trabalhadores acreanos terão um Natal mais digno. Ou seja, poderão usufruir de uma melhor qualidade de vida juntamente com suas famílias.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas


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