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Ao Bar do Vaz, Pedro Longo diz não acreditar em afastamento de Gladson: “não há fundamento”

Por
Leônidas Badaró

O deputado estadual Pedro Longo (PDT), base do governador Gladson Cameli e ex-líder do governo na Aleac, foi o convidado do Bar do Vaz nesta quinta-feira, 30.


Longo falou ao apresentador e jornalista Roberto Vaz sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), seja imediatamente afastado do cargo. O pedido faz parte da denúncia oferecida pela PGR contra Cameli e outras 12 pessoas pelos crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão caberá à ministra Nancy Andrighi.


O parlamentar, que é juiz de direito aposentado, afirmou que a denúncia é positiva para Gladson e declarou que não acredita em afastamento. “A denúncia tem um aspecto positivo para o governador porque agora ele pode se defender, trazer seus argumentos e poder provar que não tem fundamento essas acusações. O que não justifica é o pedido de afastamento, são denúncias de três, quatro anos atrás, não tem fato novo, não tem cabimento esse pedido de afastamento e tenho certeza que não vai prosperar. Eu li a peça e não acredito que a ministra vá acatar”, explicou.
Pedro Longo detalhou ainda como funciona a denúncia feita pela PGR contra o governador acreano, deixando claro que apenas a ministra Nancy Andrighi tem o poder de decidir se Gladson é ou não afastado do cargo.


“A Ministra é quem decide, Gladson ainda não é réu e ela vai decidir se recebe ou não a denúncia. É natural que ela aceite e aí passa a ocorrer o processo com todas as etapas que vai ser julgado no final, não só por ela, mas por todo o colegiado do STJ. Ainda existem muitas possibilidades jurídicas”, declarou.


Pedro Longo afirmou durante a entrevista que concorda com os argumentos de defesa de Gladson que afirmam que existem diversas ilegalidades no processo.  “Essa operação iniciou em Cruzeiro do Sul, os advogados afirmam que existem muitas ilegalidades no início do processo, que existem quebras de sigilo que não foram autorizadas”, explicou.


O deputado, que foi líder do governo Gladson durante parte do primeiro mandato, falou também sobre mudanças na liderança após Michelle Melo, que também é de seu partido, deixar o posto. Longo preferiu não polemizar com a colega de legenda.  “Eu não acompanhei em detalhes, mas a liderança do governo não é fácil. Existia até a história de que líder de governo não se reelege, eu quebrei isso, não só me reelegi, como tripliquei meus votos, mas  o cargo demanda muita prudência, ponderar muito o que vai falar e até como responder à oposição, até porque ela é importante para o governo”, disse.



Ainda sobre o parlamento, Pedro Longo evitou comentar sobre como vai ser o comportamento do deputado Emerson Jarude (NOVO) que hoje é namorado da ex-primeira dama, Ana Paula, citada na denúncia da PGR. “Não tenho como responder, essa pergunta deve ser feita a ele. São duas pessoas que tenho muito respeito e não quero colocar esse assunto na questão política”, frisou.


Em relação ao segundo mandato de Gladson, Pedro Longo destacou que o governador possui grande intuição política e disse que o fogo amigo, apesar de ter diminuído na atual gestão, é normal na política. “Gladson derrotou todos, caiu no gosto da população e isso incomoda lideranças e grupos políticos. Gladson tem uma ideia do todo, ele pode até não expressar isso, mas ele tem uma intuição política muito grande, sabe onde quer chegar e com quem, quer chegar. Tem sofrido muito fogo amigo, principalmente no primeiro mandato, creio que agora está mais harmônico, mas, infelizmente, o fogo amigo faz parte”.


Ao final, Longo fez um balanço positivo de seu mandato na reta final do ano. “Estou muito feliz, foi muito produtivo, aprovamos essa lei da aposentadoria para os servidores com deficiência. Eu não sou muito da política individual, prefiro o coletivo e o trabalho com as associações e cooperativas tem sido muito produtivo. Fizemos o seminário que mostrou a força desse setor. Tenho hoje equipes em praticamente todos os 22 municípios e sinto a importância do investimento no setor produtivo. O governo está no caminho certo ao apostar no agronegócio, temos regiões muito boas para mecanização, outras são áreas ótimas para o café. Eu sou entusiasta da produção cafeeira que com pouca área é possível ter uma grande produção”, destacou.


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