A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lançou nessa terça-feira (28) a atualização do Painel El Niño 2023-2024, produzido em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad).
A publicação atualiza mensalmente as informações sobre o monitoramento, previsões e impactos do fenômeno climático El Niño no Brasil, mostrando que de setembro para outubro, o Monitor de Secas indicou o avanço e o agravamento da condição de seca no Norte e no Nordeste, com destaque para o surgimento de áreas de seca extrema nos Estados do Amazonas, Acre e Rondônia, e ampliação das áreas de seca fraca, moderada ou grave em praticamente todos os Estados nessas regiões.
“A previsão climática para o Brasil para dezembro – janeiro – fevereiro 2024 indica maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal entre o centro e leste da Região Norte, assim como sobre a Região Nordeste. Sobre o RS, parte de SC, sul de MG, pontos do AC e sobre RR, a previsão indica maior probabilidade de chuva acima da faixa normal. Em parte das Regiões Sul, Norte e Nordeste, esta previsão reflete as características típicas de El Niño. Na faixa central do país, não se descartam episódios de chuva expressiva em algumas localidades durante esse trimestre citado. A previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do país”, diz o informe.
Na Região Norte, as vazões apresentaram curtos episódios de elevação nos rios tributários do rio Amazonas, ainda em situação de seca e com impactos sobre a navegação persistindo em pontos dos rios Purus, Juruá, Madeira, Solimões e Negro.
As vazões naturais no rio Madeira em Porto Velho em novembro apresentaram leve aumento em relação à situação de outubro, mas ainda se encontram 56% abaixo da média para o mês, continuando em vigor a declaração da ANA de situação crítica de escassez hídrica até 30 de novembro.
O rio Negro atingiu seu nível mínimo histórico de 12,65 m (cota média diária) no Porto de Manaus em 26 e 27 de outubro, quase 1 metro abaixo do recorde negativo anterior, de 13,63 m em 2010. As vazões naturais nas usinas hidrelétricas de Serra da Mesa, Tucuruí e Belo Monte estão 83%, 57% e 59% abaixo da média para o mês, respectivamente, situação pior do que em outubro. O armazenamento nos reservatórios do SIN reduziu de 68,4% para 60,9% e os principais reservatórios da Região Nordeste também tiveram pequena variação, atingindo volume equivalente de 44,8%, permanecendo a situação crítica em pelo menos 12 sistemas hídricos locais regulados pela ANA.
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