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45 anos de Ipê: Com quase 20 mil famílias atendidas, empresa é referência imobiliária

Por
Thais Farias

45 anos de Ipê: Com quase 20 mil famílias atendidas, empresa é referência imobiliária no Acre

por Thais Farias

A Ipê Empreendimentos Imobiliários foi fundada em Rio Branco em maio de 1978. Aos 25 anos, o determinado e visionário empresário natural de São Paulo, José Eduardo de Moura Leite, contrariou sua família quando aceitou convite do ex-governador Wanderley Dantas (1971 e 1975) para morar no Acre. Com ele, trazia uma ideia convicta na bagagem: ajudar a desenvolver a capital acreana e atrair cada vez mais moradores num período em que tudo era muito difícil.


Hoje, aos 77 anos, o proprietário da Ipê não se arrepende de ter saído da zona de conforto e partido para empreender em uma cidade distante dos grandes centros. Agora, mais de 19 mil famílias moram em casas próprias nos lotes comprados com a Ipê. Além dos mais de 35 empreendimentos imobiliários em vários setores da capital do Acre, já são mais de 13.500m² de área construída, gerando mais de 500 empregos de forma direta e indireta.


O objetivo inicial era chegar ao estado, comprar uma área de terra e trabalhar com pecuária, a qual sua família já lidava há muitas décadas no sudeste do país. Entretanto, vislumbrou uma oportunidade de passos mais largos, mas também arriscados. José Eduardo formou como Engenheiro Agrônomo em Piracicaba (SP), pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), e a expectativa da família era que ele ficasse por lá pesquisando e estudando, totalmente voltado para essa área, o que não ocorreu.


“Fui o primeiro a entrar nesse ramo de imobiliária dentro da minha família, que era tradicionalmente de pecuaristas. Até então, sempre fomos voltados para isso em casa. Vim para o Acre com o intuito de ter uma fazenda, e realmente tenho essa fazenda até hoje, mas depois vi a oportunidade de entrar no ramo imobiliário. A Ipê é uma empresa fundada em Rio Branco, acreana de raiz. Eu só vivi 25 anos em São Paulo e 52 anos aqui no Acre, então, sou mais acreano do que paulista”.


O convite para vir e contribuir com o desenvolvimento do Estado do Acre foi o estopim para o surgimento de uma das maiores empresas do ramo imobiliário da região, que tem perpetuado credibilidade ao longo de 45 anos. Com o passar do tempo, tornou-se uma empresa familiar de referência no Acre e a nível nacional, com visão inovadora, reconhecida pelo comprometimento de suas realizações, tanto no ramo de loteamento e construção civil.


A Ipê ajudou a modificar as paisagens de Rio Branco e torná-la uma cidade moderna e com mais qualidade de vida, seja em seus lotes urbanizados, apartamentos ou casas, prezando pela preservação ambiental e prática de construção com consumo consciente, respeitando a natureza e as comunidades vizinhas às suas obras.


De Viveiro a loteamento

O primeiro loteamento feito pela Ipê Empreendimentos Imobiliários foi a Chácara Ipê, num projeto de 1979. Antes de se tornar, de fato, um loteamento, a área era um grande viveiro de mudas de seringueira. “Nós plantávamos seringueiras. Fizemos isso durante muitos anos, numa tentativa de implantar um seringal de cultivo, que era bastante estimulado na época”.


Foi então que, nesta área, o espaço se transformou no primeiro loteamento da Ipê e também o primeiro aprovado e registrado conforme a legislação. “Quando eu estive na prefeitura para regularizar o empreendimento, não havia nenhum outro loteamento registrado conforme a Lei de nº 6766. Existiam somente alguns loteamentos abertos de forma aleatória”.


Chamado de louco pelo primeiro cliente

Desde o princípio, a Chácara Ipê nasceu para ser referência em loteamento de alto padrão na cidade, uma vez que José Eduardo conseguiu enxergar que aquela região tinha tudo para ser diferenciada. Naquela época, a Universidade Federal do Acre (Ufac) estava sendo construída ainda. Quando a Ufac iniciou as atividades, José já estava com a área de terra e pensou: “a universidade é aqui em frente, vamos fazer um loteamento”.


“Só que quando iniciamos esse empreendimento, com 22 lotes, não existia asfalto desde o bairro Estação Experimental até lá. Era só estrada de terra. No dia que fui levar o meu primeiro cliente, que era de fora e queria se instalar aqui, fui buscá-lo no meu carro num hotel do Centro, onde não havia chovido. Mas, chegando próximo ao loteamento, vi que tinha caído um ‘toró’ e a estrada ficou só lama”.


José Eduardo relembra que, subindo a ladeira da AABB, na Avenida Dias Martins, seu primeiro cliente olhou um pouco assustado e disse: “Para onde é que você está me levando?”. E ele respondeu: “olha, meu senhor, estou te levando para o futuro da cidade”. O cliente retrucou: “você é louco!”. E ele disse: “olha, louco eu não sou”. O cliente exigiu que José o levasse de volta para o hotel, imediatamente. “E para virar o carro na ladeira toda molhada? Foi difícil. Não tinha carro traçado naquela época. Foi uma experiência difícil para mim porque eu era jovem, tinha só uns 28 anos”, conta.


A referida venda não foi concretizada, mas em seguida o empresário pensou: “vou ter que convencer alguém a comprar”. E assim fez e convenceu dois amigos a comprarem dois lotes dos 22 que existiam na precursora Chácara Ipê. “E eles começaram a fazer propaganda, porque esses amigos que compraram eram pessoas que tinham um certo destaque na sociedade naquela época. E começaram a espalhar, dizendo: olha, vai ser um negócio interessante”.


Apesar de todas as dificuldades encontradas no início de um glorioso caminho, a Ipê Empreendimentos Imobiliários orgulha-se por sempre trabalhar dentro da lei. “Isso nos ajudou, porque a expansão da Chácara Ipê começou a acontecer muito mais a partir da procura dos próprios clientes. Chegou um momento que eles passaram a nos procurar”.


Atingindo a massa

Hoje, a Ipê se coloca no mercado como uma empresa familiar, atendendo todas as classes sociais com uma diversidade de imóveis divididos entre 35 diferentes empreendimentos na capital acreana. Um dos diretores da empresa, Ricardo Moura Leite, explica que a empresa entrou de fato no ramo imobiliário quando pensou em criar empreendimentos maiores. “Expandimos a Chácara Ipê, aumentando de 22 para 260 lotes”.


Desde então, o grupo passou a abrir vários loteamentos populares, abrangendo todas as classes sociais. “O Morada do Sol, por exemplo, foi um loteamento que fizemos em parceria com o então proprietário da área Sr .Valdomiro Moura. Eram 100 hectares. Quando começamos a vender o loteamento, notamos que as casas eram bem simples, em meados de 1981 e 1982. Percebemos que isso era decorrente da realidade do momento, mas aí fomos expandido, fizemos o Nova Esperança, com 2.092 lotes, o Jardim Primavera, e assim por diante”, diz José Eduardo.


Já o projeto do Portal da Amazônia foi um passo mais arrojado encarado pela Ipê. Um loteamento de aproximadamente 5 mil lotes, aprovado em sua primeira fase no ano de 1989 e depois de reformulação, aprovado novamente em 1995. “Fizemos ainda uma doação de 400.000 m² no governo Edmundo Pinto para a instalação do Centro Administrativo, onde está instalada a Justiça Federal, Polícia Federal, Tribunal Regional Eleitoral do Acre, Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre etc. E posteriormente para a justiça do estado do Acre foram doados 60 mil metros quadrados, onde hoje é a Cidade da Justiça”.


Os representantes da empresa garantem que sentiram credibilidade da população para com a marca logo de início. “Isso acontece muito por conta da nossa legalidade, já que todos os nossos empreendimentos foram aprovados dentro da Lei nº 6766”.


José Eduardo ao lado do filho, Ricardo Moura, um dos diretores da Ipê Empreendimento Imobiliários (FOTO: SÉRGIO VALE)

Diferenciais da Ipê

Ao longo das últimas quatro décadas, muitas outras empresas do ramo surgiram no estado, mas a Ipê mantém seu destaque com importantes diferenciais. “A qualidade dos nossos empreendimentos sempre foi a melhor, sempre tivemos muito cuidado com a localização de todos os nossos imóveis”, assegura Ricardo.


Nesses 45 anos de atuação no ramo imobiliário, a Ipê sempre teve oferta de áreas próximas ao Centro de Rio Branco, mas de terrenos abaixo da cota 18. “Nós nunca fizemos isso, nunca colocamos um loteamento abaixo da cota 18. Construir acima dessa cota significa que quando acontece uma enchente, a água não consegue chegar a esses lotes. Isso é uma garantia, uma credibilidade nossa para quem compra. Os lotes da Ipê nunca alagaram, pois são todos feitos acima da cota 18”, garantem.


O diretor destaca sobre um empreendimento da empresa feito no Segundo Distrito da cidade, o Praia do Amapá, ao lado do bairro Taquari. “Fomos bastante relutantes para poder abrir esses lotes. Fiquei amigo do Valmir, que era o dono [da terra] e ele insistiu durante muitos anos para eu comprar essa área e fazer um loteamento. Eu falei: não me interessa. Não tinha o menor interesse porque era uma área baixa”.


Passou um ano, dois, três, no quinto ano seguinte, o proprietário da Ipê foi avisado de que o então dono da terra teria como provar que naquele local específico não alaga numa boa parte. “Eu falei: bom, então vamos pensar nisso. E logo enviei topógrafos, profissionais para irem fazer esse levantamento, medir, saber o que realmente se passava, e vimos que, de fato, nessa região não alaga. E assim nós fizemos o Praia do Amapá. Quando houve aquela última grande enchente, pensei: Meu Deus, vai encher. Mas não chegou lá e nenhum lote alagou”.


Para o diretor, entre os empreendimentos mais consolidados da Ipê atualmente estão: Morada do Sol, Novo Horizonte e Nova Esperança. O lançamento mais recente é o Bosque Primavera. “Nós temos a intenção de ir para outro município, ficamos sempre monitorando, buscando uma oportunidade que seja viável, mas as oportunidades que tivemos até hoje não foram viáveis. Por exemplo, Senador Guiomard não comporta um empreendimento dessa magnitude, a economia local não cobre o valor de um lote de R$ 60 mil, regularizado, porque lá tem lotes menos regularizados com preço mais baixo, o que acarreta numa concorrência desleal”, explica Ricardo.


Para a Ipê, Rio Branco ainda tem muito a crescer. “Vemos muitas perspectivas de crescimento. E o que a gente espera é que a cidade continue a se desenvolver cada vez mais. Temos notado que realmente estamos trabalhando para que a Ipê esteja presente, atuando no futuro também. Nossa intenção é essa, fazer a Ipê presente nessa expansão urbana com qualidade. Nós temos esse processo evolutivo muito nítido desde o início de atuação da empresa”, afirma José Eduardo.


Bairros monitorados

Após passar pelos loteamentos, condomínios fechados, tanto de prédio quanto de lotes, agora a Ipê está focada na entrega de bairros monitorados em Rio Branco, que vem crescendo como uma tendência. “Esses bairros sociabilizam a segurança e algo muito importante, que é a gestão do bairro, o cuidado do bairro e o bem viver dentro da comunidade, pois há todo um relacionamento num bairro monitorado. Tivemos a felicidade em ter essa Lei aprovada pela prefeitura de Rio Branco”.


A Ipê tem três loteamentos nesse processo de bairros monitorados, incluindo o Reserva Amazônia, onde todas as entradas do bairro têm uma passarela elevada de pedestres com as câmeras; o Bosque Primavera e o Portal Ipê. Essa é uma tendência que só vem a crescer. O Reserva da Amazônia tem 60 câmeras. A pessoa entra e é constantemente filmada.


“O Portal Ipê foi precursor nisso, mas não nasceu exatamente para ser monitorado, foi se tornando depois de algumas melhorias que fizemos e ainda estamos fazendo. Lá tem 900 lotes aproximadamente e 21 câmeras de monitoramento. O Reserva Amazônia, por exemplo, tem 300 lotes e 60 câmeras, ou seja, essa proporção vai ficar mais equilibrada e o Portal Ipê vai melhorar muito ainda, ficando com cerca de 100 câmeras para se tornar um bairro totalmente monitorado”, garantem.


O acesso ao bairro monitorado deixa a cidade mais aberta. “Você pode visitar amigos e familiares sem ter que passar por uma guarita, mas, ao mesmo tempo, sendo monitorado. O Portal Ipê terá áreas grandes destinadas à preservação e ao lazer, já é todo murado. Terá entrada e saída”. A Ipê atua sempre nas regiões mais promissoras da cidade, onde a capital está crescendo de forma ordenada.


Lotes urbanizados da Ipê em Rio Branco: Chácara Ipê, Jardim Universitário, Jardim Primavera, Morada do Sol, Nova Esperança, Novo Horizonte, Village Waldemar Maciel, Mariana, Jardim Europa I e Jardim Europa II, Portal da Amazônia, Ana Rosa, Maria Íris, Nova Morada, Ipanema, Copacabana, Praia do Amapá, Luiz Israel de Lira, Jardim Calafate, Condomínio Recanto Verde, Flávio Batista, Parque Bonsucesso, Condomínio Samaúma, Reserva Amazônia, Portal Ipê, Bosque Primavera e outros.


Em 2003, a IPÊ iniciou suas atividades também no ramo de construção e incorporação de condomínios verticais e horizontais, com a missão de realizar sonhos dos clientes através de empreendimentos de excelência, contribuindo para o desenvolvimento do estado, são eles: Condomínio Samaúma, Florença, Residencial Paineiras, Residencial Açaí, Edifício Maison Rio Branco, Condomínio Recanto Verde, Residencial Viena, Residencial Portal da Amazônia I, II e III.


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