O presidente Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, lançou neste sábado, 25, no auditório do Sebrae, em Rio Branco (AC), o Programa Exporta Mais Amazônia, com foco e expectativa para setores da economia, especialmente aqueles ligados a produtos da Floresta Amazônica. A iniciativa busca fomentar as exportações de setores compatíveis com a floresta e inclui ações como instituições parceiras, buscando soluções para corrigir entraves à exportação de setores econômicos da Amazônia e organização de estandes em feiras internacionais.
A agenda contou com a presença do Ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o presidente do Incra, Cesar Fernando Schiavon Aldrighi, e o presidente do Banco da Amazonia, Luiz Cláudio Moreira Lessa, além de deputados estaduais e federais. O governo do Acre enviou o secretário de planejamento, coronel Ricardo Brandão, para representar o Palácio Rio Branco.
Durante uma coletiva de imprensa, Viana afirmou que agenda da Apex é ampla e cabe todas as cadeiras produtivas oriundas da Floresta. Ele ainda enalteceu a presença do ministro Paulo Teixeira, apontado como parceiro do Programa. “Hoje nós estamos com o Ministro do Desenvolvimento Agrário e por isso o tema calibra um pouco, pois também é sobre agricultura, aqui é agronegócio e aqui também é ecologia. O Ministro Paulo é um profundo defensor desse Brasil que nós queremos, um Brasil Justo, um Brasil produtivo que disputa o mundo. Nós estamos fazendo dois movimentos, ele tá anunciando junto com o Incra, uma série de medidas, dinheiro para assentados, novos programas, regularização fundiária, e eu os convidei todos, nós Estamos anunciando o Exporta Mais Amazônia, esse programa cabe tudo, cabe quem planta milho, quem produz carne bovina, suína e aves, tudo cabe no nosso programa. A pecuária como um todo, a agropecuária como um todo e a agricultura familiar também, mas tem os produtos compatíveis com a floresta, são 64, definidos por especialistas do mundo inteiro e o Brasil exporta pouco desses produtos porque tem problema nas cadeias produtivas e o Ministro falou que a gente vai fazer um arranjo no MDA, o Banco da Amazônia, a Apex, o Sebrae, para construir produto a produto com a política para que a gente possa destravar isso e fazer o Brasil crescer”, disse.
Viana afirmou que não aceita que países como a Bolívia, Vietnã e Colômbia exportem mais que o Brasil em produtos que temos em abundância na região. “Não é possível que a Bolívia exporte 140 milhões de dólares em castanha e a Amazônia exporte 15 milhões de dólares. Não é possível que o Vietnã exporte 600 milhões de Dólares de pimenta-do-reino e o Brasil exporte 100 milhões. Não é possível que a Colômbia exporte mais artesanato que o Brasil. Nós estamos falando de tudo. A carne brasileira agora nós abrimos 65 mercados para carne para agropecuária brasileira. Quem quiser começar uma atividade, o governo Lula vai abrir oportunidade com crédito do banco da Amazônia”, defendeu.
Já Paulo Teixeira anunciou que o MDA tem o interesse de aumentar investimento em sistemas Agroflorestais focados na produção de alimentos. “Nós estamos com o propósito de fazer um arranjo produtivo voltado para os produtos da floresta. Primeiro, financiamento. Nós estamos trazendo plano safra da agricultura familiar, que tem um componente agroflorestal, e o plano safra, o presidente Lula, lançou, são 77,7 bilhões de reais e aqui a gente quer aumentar o investimento nesses sistemas agroflorestais, produção de alimentos e, ao mesmo tempo, florestas produtivas. Isto é, a recuperação das áreas degradadas por meio de produção de açaí, de castanha, de cacau, de café, de acerola, enfim, do Guaraná, produtos da floresta. De um lado você recupera a função da floresta e de outro lado tem um resultado econômico positivo”, disse o Ministro.
Teixeira afirmou que esse arranjo produtivo, além de trazer o recurso, visa fortalecer a assistência técnica e extensão rural no Acre e demais Estados. “Nós também estamos juntos nesse arranjo produtivo que é organizado pelo presidente da Apex, Jorge Viana, trazendo do ponto de vista do MDA, assistência técnica e extensão rural. Nós lançamos o edital agora de 20 milhões para assistência técnica e extensão rural para a agroecologia, tanto voltado para essa finalidade e, ao mesmo tempo, esse arranjo produtivo tem o Sebrae para ajudar na organização na industrialização das pequenas empresas e também na industrialização desses produtos. E, ao mesmo tempo, a Apex para exportação desses produtos. Eu vejo aqui a OCB, que é um sistema cooperativo muito importante, e junto com os outros sistemas cooperativos, nós queremos promover as cooperativas. O próprio PRONAF, ele tem um valor para as cooperativas de 50 milhões de investimentos para cada uma. Por isso nós queremos que esse arranjo produtivo que estão presentes aqui, através do governo federal, o MDA e o INCRA, e também a nossa agência de assistência técnica, a ANATER, MDA, INCRA, e a CONAB, junto com o BASA, o Sebrae e a sociedade civil, trazer aqui uma proposta de agroindústria voltada com os produtos da floresta que deem uma exploração sustentável e um resultado econômico favorável para esse processo”, explicou.
Ao lado de Viana, o ministro quer que o modelo implantado no Acre seja exemplo na COP-30 que será realizado em 2025 no Pará. “É por essa razão que eu venho aqui no Acre hoje e nós queremos aqui ter uma experiência muito bem sucedida. A partir do que já está sendo feito, nós não viemos aqui inventar roda. Tem muita coisa boa acontecendo. O que a gente quer é replicar, potencializar e avançar nesse arranjo produtivo para que o Acre possa ter um bom investimento e engajamento do seu povo nesse propósito, e entregar na COP30 em 2025, que vai acontecer aqui na Amazônia, um programa não a ser anunciado, como algo a ser feito para o futuro, mas algo já presente. Então nós queremos que na COP30 já tenha um impacto desse propósito, por isso esse arranjo produtivo que nós estamos lançando para os produtos da floresta, para a sustentabilidade com, digamos assim, enquadramento na legislação, uma agroindústria potente que possa fornecer para o mercado interno brasileiro e para exportar. Então esse é o nosso propósito da vinda, o presidente Lula acompanha esses dados para e passo, e nós queremos então, a partir daqui, fazer uma gestão dos resultados, uma gestão mensal dos resultados, e aí quero agradecer o convite. Do governador Jorge Viana, que hoje está na presença da Apex, e que nos convocou para essa manhã aqui em Rio Branco. Muito obrigado”, finalizou.
O evento se estenderá entre os dias 25 e 29 de novembro, em Rio Branco, mas com agendas fora da capital, como é o caso de Xapuri, onde um grupo de 34 investidores visitará uma propriedade na Reserva Extrativista Chico Mendes, para conhecer os processos de exploração de produtos extrativistas como a castanha e o látex, entre outros.
Nos dias 27 e 28, serão realizadas as rodadas de negócios, em que empresas dos setores de açaí, cacau & chocolate, castanha do Brasil, peixes amazônicos, carnes bovina, suína e de frango terão a oportunidade de apresentar sua oferta exportadora para 20 compradores internacionais, de 16 nacionalidades diferentes.
No último dia de agenda, os importadores participarão de visitas técnicas a centros de produção locais nos arredores de Rio Branco. Dentre os destinos a serem visitados, está a sede da Cooperacre, que reúne extrativistas de açaí e castanha-do-brasil, a Ligeirinho Agroindústria, que trabalha com chocolate, e a Fazenda de José Ivan Barbosa de Souza, que realiza manejo de pescado amazônico.
Fotos: Sérgio Vale/ac24horas
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