No último sábado, 11/11, o governo de Israel exibiu um exemplar do livro “Mein Kampf”, de Adolf Hitler, encontrado entre os pertences de membros do Hamas, em Gaza. Que Hitler queria eliminar os judeus da face da terra, todos sabemos, que o Hamas quer a mesma coisa, também sabemos, mas “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, ou seja, as conhecidas razões do antissemitismo praticado nos limites da perversidade humana por ambos são diversas, tem origens e trajetórias completamente diferentes, então, por que raios, terroristas islâmicos se inspiram em Hitler?
Não tenho dúvidas de que muita gente estará ocupada nos próximos dias elaborando uma narrativa que explique este encontro ideológico, embora não seja a primeira vez que Nazistas e Muçulmanos se dão as mãos. Em 28 de novembro de 1941, Hitler recebeu o líder da Liga Pan-Muçulmana, Haj Amin al-Husayni, em Berlim (aqui). Al-Husayni era o ex-mufti de Jerusalém, que havia fugido da Palestina após a Segunda Guerra Árabe-Israelense. Ele era um aliado de Hitler e se reuniu com ele para discutir a cooperação entre o Terceiro Reich e o mundo muçulmano.
Consta que durante a reunião, Hitler expressou seu apoio ao pan-islamismo e prometeu ajudar al-Husayni a estabelecer um Estado muçulmano na Palestina. Al-Husayni, por sua vez, prometeu apoiar a Alemanha na guerra contra os Aliados. Este encontro foi um importante passo na aproximação entre o Terceiro Reich e o mundo muçulmano. Hitler estava procurando aliados no Oriente Médio e al-Husayni estava procurando apoio para sua causa. O encontro resultou em uma cooperação limitada entre os dois lados, mas foi um sinal da crescente importância do mundo muçulmano para a Alemanha nazista.
Dado que os nazistas não eram muçulmanos, nem muçulmanos são progressistas como a esquerda em passeata, cabe uma perguntinha: Que substância une toda essa gente? Hein? Cavuca daqui, cavuca dali, a resposta está bem na nossa cara. Toda essa gente tem como perspectiva uma estrutura sociopolítica patológica, que embrutece os sentidos, aniquila o amor, destrói a piedade e elimina absolutamente qualquer possibilidade de convivência com os contrários – o totalitarismo.
Essa doença pode ser definida como um sistema político degradante, caracterizado pelo controle absoluto do Estado sobre todos os aspectos da vida pública e privada dos indivíduos. Nele encontramos, indefectíveis: Monopólio do Poder, significando que o Estado é a única fonte de poder; Centralização do Poder, ou seja, uma ou um pequeno grupo de pessoas exercem plenamente o poder; Repressão Política, valendo a limitação de todas as liberdades, inclusive e, principalmente, de expressão e de associação; uma Ideologia Oficial que se entranha na sociedade de modo a inibir, perseguir e aniquilar eventual oposição. Se, em certa medida, você já reconhece o Brasil em algum aspecto da descrição, é porque está de olhos abertos.
Considerando-se que o antissemitismo tem origem racial, religiosa ou territorial, o que faria a esquerda pular no circo balançando a bandeira palestina? O que teria, a esquerda, contra Israel? Ora, o motivum da esquerda ir compulsoriamente contra Israel é seu regime democrático, seu sistema econômico, seus vínculos com os EUA e com as nações democráticas em todo o mundo, sua capacidade de sobreviver, crescer e se desenvolver (IDH -0,919; expectativa de vida – 83 anos; alfabetização – 97,4%; matrículas no ensino superior – 65%; renda per capita – US$ 48.690 e, pasmem, 12 Prêmios Nobel). Em uma pequena faixa de terra árida menor que Alagoas, cercado de ditaduras por todos os lados, Israel é um insulto democrático a qualquer esquerdista.
Então, creio, as manifestações de esquerda que se repetem no ocidente são, principalmente, em defesa da doença totalitária subjacente ao ato terrorista do Hamas. Não interessa a crueza nem a perversidade dos atos praticados, nenhuma dor israelita é importante, nenhum grito de mulher judia violentada será suficientemente alto, nenhum choro de criança sequestrada será ouvido se o propósito é o totalitarismo. A aceitação da barbárie do Hamas é, para a esquerda, um alvará para quando precisarem fazer o mesmo. Totalitarismo é isso. Dúvidas? Pergunte em Cuba, China, Coreia do Norte, Venezuela, Vietnã, Nicarágua, Irã, Síria, Somália, Etiópia, Sudão…
Essa gente que no ocidente sai às ruas defendendo o Hamas, grande parte lobotomizada nas universidades, quer apenas estar do lado revolucionário anticapitalista, como se treinassem a sua própria revolução imaginária. Daí é que se vê até movimentos identitários, tipo grupos feministas e LGBT’s, engrossando uma fileira cujos membros não titubearão em decapitá-los quando julgarem oportuno. Segundo o líder islâmico Mohammad Tawhidi (aqui) os extremistas islâmicos suportam essa companhia porque eles, os esquerdistas, não tem princípios. Pode ser.
O atual governo brasileiro, cada vez mais “Maduro” como prometeu Lula da Silva, mostrou o bigodinho e achou bacana deixar de lado uma relação amistosa e decente de décadas com Israel para flertar com o terrorismo antissemita. Seu representante, o anão da diplomacia Celso Amorim, chegou a chamar o governo israelita de genocida e hoje é tido pelo próprio Primeiro Ministro Netanyahu como não-aliado na guerra contra o Hamas. Lula da Silva quer mesmo é estar ao lado dos inimigos de Israel, de ditaduras tipo o Irã que está ancorado aqui ao lado no narcoestado amigo e vizinho, a Venezuela (ver aqui – recomendo muito).
O próprio Lula da Silva, comendo nas mãos do Irã e da China, covardemente esperou o avião brasileiro pousar vindo de Gaza com 32 brasileiros (alguns claramente treinados para dar declarações de agradecimento ao governo), e equiparou a reação de Israel ao terror do Hamas (aqui). Segundo ele, SE (?!) o Hamas fez um ato de terrorismo, Israel ESTÁ fazendo vários atos terroristas…). A declaração imunda foi prontamente rechaçada por especialistas e por todas as organizações israelitas, inclusive pela Confederação Israelita do Brasil – CONIB que julgou a fala “equivocada e perigosa”.
O discurso abjeto de Lula da Silva vem repercutindo negativamente em todo o mundo, significando que ele escolheu um lado nessa guerra, e não é o de Israel. O chanceler alemão, Olaf Scholz, que sabe do que está falando, disse (aqui) que Israel está agindo de acordo com a lei e que declarações contrárias são ABSURDAS. França e Reino Unido, idem. União Europeia ibidem. O governo americano demonstra (aqui) o uso pelo Hamas de um hospital como base militar. Neste ritmo de posicionamentos, Lula isolará o Brasil do ocidente democrático, se aliando ao que há de pior sobre a face da terra – os regimes totalitários.
Nesta quinta-feira (16/11), o Brasil já foi plotado (mapa abaixo) como país contrário a Israel (vermelhos) no mapa de reações à guerra. Veja por si mesmo ao lado de quem Lula nos coloca. Pudera! Até a Canja, digo, Janja, se juntou à esposa de Erdogan, que mantém a Turquia no cabresto há 20 anos e financia declaradamente o Hamas (aqui), para disparatar platitudes contra Israel.
A grande imprensa brasileira, obviamente (pra que serve o dinheiro?), passa pano para o discurso petista que sob nenhuma hipótese representa o sentimento nacional. Se Lula e a esquerda querem que o terror seja vitorioso e Israel fique de braços cruzados, enquanto o Hamas usa crianças e mulheres em hospitais e escolas como escudo e impedem o corredor humanitário, pensam por si mesmos, não foram autorizados pelo nosso povo. Infelizmente, há muitos brasileiros robotizados pela velha mídia, inclusive jornalistas, que somente reconhecerão a estaca depois de empalados.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do Percival Puggina e outros sites. Quem desejar adquirir seu livro “Desaforos e Desaforismos (politicamente incorretos)” pode fazê-lo por este LINK
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