O programa da Jô desta segunda-feira, 13, transmitido pelas plataformas do ac24horas, entrevistou a Miss Acre Trans, Allana Rodrigues. Ela revelou o processo de transição, problemas familiares e preconceitos recorrentes na sociedade.
Natural de Porto Velho, em Rondônia, a representante do Acre revelou que começou a transição muito tarde, apenas aos 22 anos, por não aceitar seu gênero masculino.
Na ocasião, aos 29 anos, ela explicou a diferença entre trans e travesti. “A mulher trans é aquela que nasceu homem e ela não se identifica com o gênero que nasceu. Eu venho de uma família machista que regride a pessoa, então, foi todo um processo. Eu me assumi aos 17 anos”, contou.
Como nem tudo é flores, Allana diz que sua escolha acarretou afastamento familiar de seu pai. “Ele não me aceita até hoje, mas minha mãe, irmão e parentes são tranquilos”, explicou, dizendo que até os 22 anos trabalhou no processo de transição.
“Em 2016, passei 4 dias de mulher e desde então, me tornei a mulher que sou hoje”, destacou, dizendo que sua relação com o patriarca é normal. “Convivo bem hoje em dia e agora ele me respeita muito”.
A Miss falou ainda na entrevista que faz tratamento hormonal desde os 22 anos e contou os riscos que existem, caso não haja acompanhamento médico. “Faço o tratamento hormonal desde que comecei a transição e sem acompanhamento médico. O hormônio pode trazer muitos problemas de saúde se não houver cuidado, temos que ter uma alimentação e água. Hoje, tenho um acompanhamento melhor. O tratamento baixa o índice de testosterona e aumenta o feminino”, explicou.
Ao ser indagada acerca do preconceito, a Miss disse que o problema é recorrente e reclamou da falta de oportunidades de trabalho para as trans. “Queira ou não, sempre tem piadinha. Trabalho formal ainda é muito difícil e conheço muitas pessoas que são formadas e não conseguem emprego. Tem preconceito e a sociedade precisa conhecer mais o nosso lado e precisamos de oportunidades”, declarou.
Mesmo tendo escolhido ser mulher, Rodrigues falou sobre os benefícios e malefícios em ser do gênero feminino. “Parte boa é os cuidados, isso vai te transformando, a parte negativa é que somos muito chatas”, disse.
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