O Bar do Vaz desta quarta-feira, 8, recebeu o governador Gladson Cameli, em entrevista ao vivo com o jornalista Roberto Vaz. O cerne da conversa com o governador do estado na reta final do primeiro ano do segundo mandato foi exatamente a governança do Acre nesse momento da história, mas a garantia do espaço devido para os temas externos às ações da gestão estadual.
Perguntado inicialmente se, “como um governador popular que leva esperança para o povo” não deveria ter uma equipe de assessores melhor, mais comprometida e menos briguenta entre si, Gladson disse que gosta muito da sua equipe e que já foi um crítico dela, mas que hoje chama para si toda a responsabilidade sobre os atos da gestão.
“Quem está do outro lado da mesa, como eu já estive, quando a gente senta na cadeira, é assim: a responsabilidade é minha, totalmente, então não adianta querer dizer que culpado foi A, B ou C, o povo não quer saber disso. Fui eu quem fui lá pedir o voto, fui eu quem pediu a oportunidade para ser governador, e vai ser eu quem vai ter que dar a resposta”, afirmou.
Outra pergunta direta do jornalista Roberto Vaz foi sobre o porquê de Jonathan Donadoni, secretário-chefe da Casa Civil, ter tanta força no governo, Gladson disse que defende um equilíbrio de poderes entre as secretarias por meio de uma espécie de conselho, como já existe em outras áreas do governo, citando como exemplo a área de obras e infraestrutura.
A respeito da crise envolvendo as famílias que foram despejadas da área conhecida como Terra Prometida, o governador citou falhas em várias esferas sem, contudo, responsabilizar alguém dentro da gestão, pelo menos de maneira direta, por suposta má condução do processo que resultou na ocupação do hall de entrada da Assembleia Legislativa.
Em determinado momento da entrevista, Gladson chegou a tocar sutilmente no assunto da Operação Ptolomeu, dizendo que está respondendo e que “o tempo está mostrando”. Sobre isso, ele ainda afirmou: “Não é bom para ninguém, só sabe quem passa”, acrescentando que com toda a situação o Acre vai ter um Natal “da lua e da autoestima.”
Sobre a medida de contingenciar os gastos do governo, enfrentando a reclamação de algumas secretarias sobre cortes em algumas obras, ele disse que foi uma medida de precaução para garantir a saúde financeira do estado e poder fechar as contas. “Uma obra que eu vou iniciar agora, se eu puder iniciar em janeiro eu estou dando credibilidade para quem vai fazer”, disse.
No campo da política, Gladson reforçou que Alysson Bestene é seu pré-candidato à prefeitura de Rio Branco, mas ponderou que até às eleições “há muita água para passar debaixo da ponte”. Reconheceu o direito de o atual prefeito, Tião Bocalom de fazer qualquer tipo de questionamento, mas afirmou que esse é um problema a ser resolvido com o diretório estadual do Progressistas.
Perguntado ainda se, com relação às notícias de que o Estado está com excesso de gastos com pessoal, “dará algumas pedaladas” até o fim do ano, respondeu enfaticamente que não. “Não existe essa palavra pedaladas não. Isso já cassou uma presidente da República. Não existe, está fora de cogitação, exemplos, na prática, já estão aí”, reforçou.
Por fim, Gladson falou sobre o que achou do desmembramento da Operação Ptolomeu. “Isso me abalou muito, eu tenho nome, tenho sobrenome, não desejo para o meu pior inimigo. Mas isso também tem um lado positivo. Eu confio na justiça. Estou indo para o terceiro ano que começou essa investigação, já me coloquei à disposição, não tenho problemas. Esse desmembramento é bom para uns e para outros não”, argumentou.
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