Pelos dados mais recentes, referentes ao segundo trimestre de 2023, aproximadamente 7 mil trabalhadores com 60 anos ou mais estavam na informalidade no Acre — a menor taxa para um segundo trimestre registrado nesta série da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, desde 2016. Observa-se que os anos de 2020 e 2021 não foram informados pelo IBGE devido a pandemia.
Houve uma queda na taxa de informais mais velhos de 4,0% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 9,1% na comparação com o último ano antes da pandemia, o segundo trimestre de 2019, quando o total de pessoas nessa situação era de 11 mil. É bom lembrar que 49 mil pessoas, que em um ano deixaram a força de trabalho, podem ser de idosos, que impactam no cálculo dessa taxa.
Nesse grupo, estão tanto os trabalhadores que já foram formais um dia e caíram na informalidade, aqueles que nunca tiveram carteira assinada e também os que se aposentaram e voltaram ao mercado como informais, para complementar a renda.
Pelos critérios da Pnad, os informais englobam os trabalhadores do setor privado e domésticos sem carteira assinada, empregadores e quem trabalha por conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.
Os dados apontam que o contingente de informais idosos caiu, de 10 mil para 7 mil, que proporcionalmente, uma redução maior que a do total de informais, que caiu de 161 mil para 134 mil, na comparação entre o segundo trimestre de 2022 com o de 2023.
Analisando um cenário futuro, como já destacamos em artigos anteriores, conforme o censo, a população do Acre era de 830.026 pessoas em 2022. O número indicou um crescimento de 13,2% frente a 2010, ano do último Censo, que era de 733.559 (96,5 mil a mais). Este valor ficou abaixo da projeção populacional feita em 2021 que era de 906,9 mil pessoas
Por outro lado, a população idosa no Acre vai crescendo. Em 2016 representava 7,6% da população total, subiu para 9,7% em 2022 e agora já representa 10,3%. Portanto, a tendência é que aconteça, num futuro próximo, um aumento em número, de informais de mais idade que vai marcar fortes modificações no mercado de trabalho acreano, fato que já acontece na maioria dos estados do país, fruto da transição demográfica.
Portanto, com um quadro onde a população que envelhece e com mais tempo para se aposentar, vamos ter de lidar cada vez mais com idosos no mercado de trabalho e é preciso que isso não seja transformado em uma crise que leve a um exército de idosos sem renda. Reduzir os efeitos da informalidade sobre os mais velhos exigiria políticas públicas, como a requalificação desse contingente.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas
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