Ele tem filha e esposa acreanas, gerencia um restaurante em Rio Branco, mas o coração vive aflito com parte da família em Gaza. O apelo humanitário que faz nesta entrevista ao ac24horas tem a força de um clamor que, dependendo da agilidade das autoridades brasileiras, pode não ter mais nenhum sentido a qualquer instante
Montaserbelah Al Shawwa precisou morar 25 anos na Faixa de Gaza para descobrir o Acre. Formado em Administração de Empresas e avesso à participação política, ele desembarcou no Aeroporto de Rio Branco, há nove anos, com duas certezas ao aterrisar: a acolhida da prima, delegada Márdhia El Shawwa, e a esperança de que um dia estaria novamente junto com o pai, mãe, irmãos, sobrinho.
“Montaser” (pronuncia-se “Montássi”), como é mais conhecido entre os amigos acreanos, constituiu família no Acre. Tem uma filha de cinco anos. Tem também uma aflição grande porque ele sabe que, a qualquer instante, pode perder o contato que mantém diariamente com a família. Com uma diferença: no caso de Montaser, a perda de contato pode não ser apenas por falta de energia para recarregar a bateria do celular em Gaza.
A abordagem para que ele concedesse a entrevista ao ac24horas aconteceu há duas semanas. Desconfiado, ele recusou. Temia que a exposição pudesse alimentar reações de radicais pró-Israel aqui mesmo no Acre ou que complicasse sua situação junto ao Itamaraty no processo de regularização para se tornar um cidadão brasileiro e acreano em especial.
Duas semanas e muito massacre israelense em Gaza depois, Montaser resolveu falar. Acompanhado do representante aqui no Acre do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos em Luta pela Paz, professor Hildo Montezuma, ele clamou por ajuda.
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