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Máfia do Consignado pode ter fraudado mais de R$ 3 milhões

Por
Marcos Venicios

O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse nesta terça-feira (24) durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Acre que tem abordado várias vezes a denúncia da existência de uma máfia dos consignados operando no Governo do Estado do Acre em várias secretarias através da alteração das matrículas de servidores em conluio com a empresa Fênix Soft dando um calote de milhões de reais e levando à falência diversos correspondentes financeiros.


“Por outro lado, são centenas de pessoas que emprestaram o CPF para participar do golpe que tem de dividir o fruto do empréstimo de 35%, mas o preço é 50%, nomeados que são em cargo de confiança”, disse o deputado.


Magalhães afirma que após operarem o golpe, somem da folha de pagamento. Ele lembrou que expôs 70 casos dessa fraude e hoje apresenta mais 24 provas, os quais superam mais de R$ 3 milhões de “tombo” nos consignados.


Já chegaram relatos de jornalistas que por publicarem são ameaçados. “Já são dois jornalistas ameaçados por publicarem a existência da máfia”, disse. Edvaldo quer a presença das partes, incluindo governo e correspondentes bancários, para debater a situação e pediu a aprovação do requerimento de sua autoria para isso.


“Imagine uma nomeação com salário de R$ 6 mil que vira um efetivo, mas o problema é depois do golpe”, disse, reafirmando a necessidade da presença dos representantes da Secretaria de Administração e da Fênix Soft. “Não proponho CPI, sindicância, mas reunião na Comissão de Serviço Público para discutir o que fazer”, disse, afirmando tratar-se de um crime contra o sistema financeiro que está encarecendo o consignado para quem realmente precisa.


Em tom mais moderado, o deputado Pablo Bregense (PSD) afirmou que infelizmente a fraude em empréstimos é feita na maioria por estagiários. Ele sugere que se faça auditoria interna nos bancos para esclarecer a questão das fraudes dos consignados. “Nos bancos existe a segregação de funções. Um dos riscos maiores que a rede bancária tem medo é da imagem. Se ocorrer desvio, a auditoria entrega o trabalho completo”, disse.


Em aparte, Edvaldo disse que o estagiário não tem coragem a essa ponto e que é fácil operar o consignado, e isso justifica porque há mais de 100 correspondentes bancários. “A fraude ocorre na informação, na Secretaria de Gestão, que troca a matrícula”, disse Edvaldo no aparte, acatando a sugestão do colega.


O líder do Governo na Aleac, deputado Manoel Moraes (PP), disse que não tratará das denúncias dos consignados sem que haja casos concretos e que não há temor no governo sobre a questão. Já Edvaldo afirmou ter em mãos 24 casos com nome, CPF, usuário que digitou, correspondente bancário e valor. Ele entregou a relação ao Líder do Governo.


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Marcos Venicios

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