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Acre perdeu quase 2 milhões de hectares de mata nativa desde 1985

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Da redação ac24horas

Novos dados do MapBiomas, obtidos a partir do monitoramento do território brasileiro por satélites, mostram que a perda de florestas naturais no Brasil entre 1985 e 2022 foi intensa. No Acre, a perda foi de 1,95 milhão de hectares mas o Estado se mantém muito conservado, ocupando atualmente a 2a posição entre os Estados amazônicos. Em 1985, o Estado detinha 97% de suas florestas preservadas e atualmente possui 85%.


“Os estados com maior proporção de floresta estão Amazonas (93%), Acre (85%) e Amapá (82%). O estado do Amazonas também apresenta a maior área de floresta com 145 milhões de hectares, quase um terço das florestas do país (29%), seguido do Pará (93 milhões de hectares) e Mato Grosso (47 milhões de hectares). A área de floresta desses três estados representa mais da metade da área das florestas brasileiras (58%). Mas Mato Grosso e Pará também lideram os estados que mais perderam área florestal natural, com 31,4 milhões de hectares e 18,4 milhões de hectares respectivamente. Já os estados de Rio de Janeiro e São Paulo ganharam área de floresta entre 1985 a 2022”, diz o MapBiomas.


Nesse período, a área ocupada por florestas naturais passou de 581,6 milhões de hectares para 494,1 milhões de hectares, uma redução de 15%. Os últimos cinco anos responderam por 11% dos 87,6 milhões de hectares de florestas naturais suprimidas nestes 38 anos. Desse total, mais de 75 milhões de hectares estavam em propriedades privadas. Os dados fazem parte dos dados publicados na Coleção 8 do Mapeamento Anual da Cobertura e Uso da Terra no Brasil realizado pelo MapBiomas.


O mapeamento de florestas naturais abrange tipos diversos de cobertura arbórea: formações florestais, savanas, florestas alagáveis, mangue e restinga. Juntos, esses ecossistemas ocupam 58% do território nacional. Quando todos eles são considerados, Amazônia (78%) e Caatinga (54%) são os biomas com maior proporção de florestas naturais em 2022. Os biomas que mais perderam florestas naturais entre 1985 e 2022, por sua vez, foram Amazônia (13%) e Cerrado (27%).


A quase totalidade (95%) da conversão de florestas naturais no Brasil foi para a agropecuária, ou seja, após o desmatamento a área foi convertida para uso agropecuário – seja pastagens ou cultivo agrícola. Nas duas primeiras décadas da série, observamos um aumento da perda de florestas, seguido de um período de redução da área desmatada a partir de 2006. No entanto, nos últimos cinco anos houve um aumento da perda de florestas, chegando a quase 10 milhões de hectares.


Considerando-se apenas as formações florestais: elas ocupavam apenas 43% do país em 2022: 369,1 milhões de hectares, ou o equivalente a três vezes a área do Pará. Desse total, 308 milhões de hectares, ou 84% do total, estão na Amazônia – que também responde por 86% da supressão florestal detectada nessa categoria entre 1985 e 2022. Os biomas com maior cobertura de formação florestal no Brasil são Amazônia e Mata Atlântica, com respectivamente 73% (308 milhões de hectares) e 26% (28 milhões de hectares) da área total de cada bioma.


Há formação florestal nos demais biomas do Brasil, porém em proporção muito menor: 13% do Cerrado (25 milhões de hectares), 4% da Caatinga (3 milhões de hectares), 16% do Pantanal (2,4 milhões de hectares) e 11% do Pampa (2,2 milhões de hectares). Todos os biomas perderam área de formação florestal nos últimos 38 anos, com exceção do Pampa que se manteve estável.


“As florestas são importantes não apenas para manter o equilíbrio climático, mas também para proteger os serviços ecossistêmicos vitais para a sociedade e sua economia. A perda contínua das florestas representa uma ameaça direta para a biodiversidade, a qualidade da água, a segurança alimentar e a regulação climática”, salienta Julia Shimbo, Coordenadora Científica do MapBiomas.


O estudo pode ser acessado aqui 


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