Logo na abertura da 21ª Reunião da CPI das Ongs, em Epitaciolândia, fazendo parte da diligência externa que a Comissão Parlamentar de Inquérito faz no Acre a partir desta quinta-feira, 19, a palavra foi passada pelo senador Plínio Valério (presidente) ao prefeito Sérgio Lopes.
Na audiência, estão sendo ouvidos depoimentos de lideranças e autoridades locais a respeito da ação de organizações não governamentais (Ongs) e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) na região da Reserva Extrativista Chico Mendes.
O prefeito Sérgio Lopes disse não aceitar que entidades discutam e decidam sobre a utilização da Reserva Extrativista Chico Mendes sem ouvir os moradores. Para o prefeito, moradores de “mãos calejadas” da Unidade de Conservação costumam ser tratados como infratores.
“Nós precisamos mudar essa realidade, o morador da Reserva precisa ter direito a trabalhar, a cultivar a terra, a explorar esse pedaço de chão e ter condições de educar bem os seus filhos. Estou há um ano com um pedido junto ao ICMBio e ao Ibama para construir uma escola dentro da Reserva e até hoje sequer obtivemos resposta”, disse Lopes.
Nesta sexta-feira, 20, a reunião da CPI será em Rio Branco, na Assembleia Legislativa do Acre, às 11h, com o objetivo de ouvir lideranças locais a respeito da interferência de Ongs e Oscips na região, especialmente em relação à obra da BR-364, que liga a capital do estado a Cruzeiro do Sul.
A CPI das Ongs foi criada para investigar, no prazo de 130 dias, a liberação, pelo Governo Federal, de recursos públicos para ONGs, e OSCIPs, bem como a utilização, por essas entidades, desses recursos e de outros por elas recebidos do exterior, a partir do ano de 2002 até a data de 1º de janeiro de 2023.
A diligência externa no Acre foi requerida pelo senador Marcio Bittar (UB/AC), que é o relator da CPI das Ongs.