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Monitoramento da Qualidade do Ar do Acre precisa de apoio para continuar operando

Por
Raimari Cardoso

O último relatório do projeto Acre Queimadas, divulgado no dia 10 de outubro passado, trouxe uma informação que chama a atenção para o funcionamento de um instrumento de enorme importância para a medição da qualidade do ar respirado pelos acreanos, a rede de monitoramento que se tornou operacional em 2019 por iniciativa do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e da Universidade Federal do Acre (UFAC).


Com a informação de que desde a segunda semana de julho deste ano a qualidade do ar no Acre vem se deteriorando, com maior concentração de material particulado no mês de setembro, a Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar, que possui sensores instalados em todos os municípios acreanos, apresenta problemas depois de quatro anos de funcionamento.


“Todos os municípios do Acre possuem período de meses sem medições. Dois municípios não possuem nenhuma medida em 2023. É necessário pensarmos estratégias para manter essa rede funcionando de forma eficiente”, diz o relatório.


A pesquisadora Sonaira Silva, responsável pelo relatório, diz que mesmo com falhas, a rede mostra extremos de poluição aos quais a população acreana é submetida por conta das queimadas. Como exemplo, o documento cita o município de Marechal Thaumaturgo, que registrou média diária de 103μg/m3 (6 vezes acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde).


O ac24horas procurou o pesquisador Willian Flores, da Universidade Federal do Acre, um dos envolvidos no projeto Acre Queimadas, assim como na administração da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar. Segundo ele, baseada em sensores PurpleAir PA-II-SD de baixo custo, essa rede atingiu o momento em que precisa de apoio para continuar funcionando.


“O uso desses sensores tem a grande vantagem da acessibilidade em termos de custo, no entanto têm um tempo de uso de mais ou menos dois anos, neste momento quase todos os sensores da Rede Qualidade do Ar do Acre precisam ser substituídos, sendo necessário o apoio financeiro de instituições públicas e/ou iniciativa privada para esse fim e para as atividades de manutenção da rede”, afirmou Flores.


O pesquisador disse ainda que a administração do projeto tem buscado diálogos que possam levar a alternativas de fontes públicas de apoio financeiro para a continuidade do funcionamento da rede de monitoramento, deixando claro que a ajuda pode vir de qualquer esfera: federal, estadual e municipal, e também do setor privado.


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Raimari Cardoso

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