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Resex Chico Mendes é área protegida mais ameaçada pelo desmatamento na Amazônia

Fotografia: Bruna Obadowski
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Dados do estudo trimestral “Ameaça e Pressão de Desmatamento de Áreas Protegidas”, realizado desde 2016 pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), apontam que com mais de três décadas de existência, a Reserva Extrativista Chico Mendes, precursora entre as unidades de conservação de uso sustentável, foi a área protegida mais ameaçada e pressionada pelo desmatamento entre agosto de 2022 a julho de 2023. O território localizado no Acre está desde 2018 no topo da lista dos mais ameaçados pela devastação na Amazônia.


Com uma metodologia que analisa o número de ocorrências de derrubada da floresta, e não a área total desmatada, a pesquisa mostra quais territórios protegidos podem vir a ser os mais devastados. E, consequentemente, os que precisam de ações urgentes para evitar o avanço da destruição.


A pesquisa também diferencia as áreas protegidas que tiveram mais ocorrências de derrubada da floresta dentro dos seus territórios, o que é classificado como pressão, das que tiveram mais ocorrências ao redor, a até 10 km², o que é classificado como ameaça.

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Em relação ao tipo de área protegida, o ranking geral mostrou que entre as 10 mais ameaçadas, nove já apareciam na lista no período passado. Ou seja: permanecem em ameaça constante. Além disso, seis dos 10 territórios são unidades de conservação federais e metade das 10 áreas protegidas mais ameaçadas estão no estado do Pará.


Dentre os 10 territórios com mais pressão, nove também já faziam parte do ranking no período anterior, dos quais a unidade de conservação federal Resex Chico Mendes, no Acre, ocupa o primeiro lugar. Porém, o estado que mais tem territórios protegidos pressionados é o Pará, com oito na lista, entre elas a unidade de conservação estadual APA Triunfo do Xingu, a segunda colocada.


“O estado do Pará tem grande parte do seu território destinado à proteção da biodiversidade e dos povos e comunidades tradicionais e muitos desses territórios se encontram em extrema vulnerabilidade frente ao desmatamento. Algumas das áreas protegidas mais ameaçadas e pressionadas no estado se localizam em regiões com grande presença de atividades como o garimpo, a exploração ilegal de madeira e a agropecuária”, explica Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.


Áreas protegidas mais ameaçadas entre agosto de 2022 e julho de 2023

1° Resex Chico Mendes (AC) – Unidade de Conservação Federal


2° Parna Mapinguari (AM/RO) – Unidade de Conservação Federal


3° TI Trincheira/Bacajá (PA) – Terra Indígena


4° APA do Tapajós (PA) – Unidade de Conservação Federal


5° Flona do Tapajós (PA) – Unidade de Conservação Federal


6° TI Parakanã (PA) – Terra Indígena


7° APA do Lago de Tucuruí (PA) – Unidade de Conservação Estadual


8° TI Uru-Eu-Wau-Wau (PA) – Terra Indígena


9° Flona do Aripuanã (AM) – Unidade de Conservação Federal

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10° Flona do Iquiri (AM) – Unidade de Conservação Federal


Áreas protegidas mais pressionadas entre agosto de 2022 e julho de 2023

1° Resex Chico Mendes (AC) – Unidade de Conservação Federal


2° APA Triunfo do Xingu (PA) – Unidade de Conservação Estadual


3° APA do Tapajós (PA) – Unidade de Conservação Federal


4° TI Apyterewa (PA) – Terra Indígena


5° APA Leandro (Ilha do Bananal/Cantão)


(TO) – Unidade de Conservação Estadual


6° TI Kayapó (PA) – Terra Indígena


7° Resex Verde Para Sempre (PA) – Unidade de Conservação Federal


8° TI Munduruku (PA) – Terra Indígena


9° APA do Lago de Tucuruí (PA) – Unidade de Conservação Estadual


10° TI Cachoeira Seca do Iriri (PA) – Terra Indígena


Entenda a metodologia

Para identificar as áreas protegidas sob maior ameaça e pressão de desmatamento, os pesquisadores dividem a Amazônia Legal em células de 100 km² e analisam se houve derrubada da floresta dentro delas no período estudado.


As células com ocorrência de desmatamento que estão no território das áreas protegidas são classificadas como pressão. Já as que estão ao redor, em um raio de até 10 km, são denominadas de ameaça.


Clique aqui para ver o estudo completo.


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