O jornalista Altino Machado publicou na manhã desta sexta-feira, 6, um vídeo em que o ativista indígena e ex-funcionário da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, José Carlos Meireles, demonstra preocupação com o nível do rio Tarauacá, e seus afluentes. Segundo Meireles, há relatos de desnutrição em indígenas nas cabeceiras e povos isolados podem estar sofrendo com falta d’água.
Imagens compartilhadas por Meireles mostram que, no rio Tarauacá, o cenário é impactante. O nível da água é tão baixo que mais se vê praia do que curso d’água, dando a impressão de que o rio virou um córrego, ou igarapé (veja imagem abaixo).
“Tenho recebido vídeos das pessoas que trabalham nas cabeceiras dos rios. Os rios estão secando demais. Conversando com o pessoal da cabeceira do rio Tarauacá, eles dizem que nunca viram um rio tão seco. Além dos rios, estarem secos, a água fica muito quente, então começa a ter mortandade de peixe”, conta Meireles.
Além da falta de água nos rios, a falta de água nas vertentes nas margens do rio Tarauacá pode deixar ribeirinhos e indígenas sem água. As vertentes, onde ficam as nascentes (olho d’água, mina d’água, por exemplo), estão secando, obrigando os ribeirinhos a beber a água do rio: “água com peixe morto, merda de anta. Quando tem pouca água isso vai se concentrando e o pessoal tomando essa água. Ouço caso de desidratação em índios, e não é só isso; deve ter muito problema de infecção intestinal. Queria fazer um apelo para o povo competente, pra ficar alerta, porque não é brincadeira, tem muito índio nessas cabeceiras, ribeirinhos, índios isolados”, diz o ativista.