A greve de fome de detentos do presídio Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, já dura mais de 60 horas, nesta quarta-feira (4), sem qualquer sinal de que o movimento dentro Chapão – onde estão os grevistas – tenha data para terminar.
Segundo o Instituto de Administração Penitenciária do Acre, IAPEN, neste terceiro dia de manifestação, 733 presos de 5 pavilhões continuam aderindo à greve de fome. No entanto, o Instituto não tem registro de qualquer problema de saúde por parte de detentos, que sejam decorrentes da fome. “Mas a equipe de saúde está atenta e a postos caso algum detento precise de atendimento”, disse a assessoria.
Os presos em greve exigem melhorias nas condições oferecidos pelo sistema carcerário, como na alimentação oferecida pela empresa contratada; acesso aos serviços de saúde e medicamentos; entre outras. Familiares deles disseram à reportagem que a exigência mais urgência é a presença do diretor do IAPEN, o policial penal Alexandre Nascimento de Souza, no Chapão, para garantir o tratamento dos assuntos.
A greve acontece há pouco mais de dois meses depois do fim da rebelião em outro presídio da capital acreana, o Antônio Amaro, que terminou com um policial ferido e cinco presidiários mortos.
Nesta quarta-feira, com exclusividade, o ac24horas publicou relatos de servidores de presídios em Rio Branco, que dão conta de que no dia 29 de setembro, foi anunciado aos servidores que valores referentes a banco de horas serão pagos parcelados e que, a partir daquele momento, o horário de serviço em alguns setores seria reduzido de 12 para 10 ou 8 horas.
Com a diminuição do efetivo, a denúncia alega que unidades prisionais de Rio Branco tiveram a maioria das guaritas desguarnecidas, e, assim, o risco de fuga de prisioneiros, além de ameaças externas, seria iminente.
Procurado pela reportagem, por meio de sua assessoria, o IAPEN informou que as informações prestadas em entrevistas ao jornal por servidores em relação a guaritas desguarnecidas é falsa, e que as torres de vigilância seguem funcionando normalmente. Apesar disto, a instituição confirmou que está trabalhando com corte de banco de horas, mas disse que tem trabalhado para manter a segurança nas unidades prisionais do estado, mantendo também as prioridades e um “fluxo normal”.