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Eleições no PP começa com piruetas, cálculos e a descida ao açude

A semana que terminou ontem (30) trouxe um elemento importante (e talvez fatal) para o processo de consolidação do nome de Alysson Bestene como pré-candidato à Prefeitura de Rio Branco pelo Progressistas. O primeiro aspecto que precisa ficar claro: Alysson é uma tese. E está se mostrando uma tese cara e arriscada para o PP. O segundo ponto: Socorro Nery tem mesmo liderança para costurar articulações políticas, como parece ter determinado o governador Gladson Cameli, em um governo cheio de pontas com nós e interesses próprios? O terceiro ponto (mais subjetivo): o PP acerta em travar uma caça a Bocalom?


Explica-se ponto a ponto: o argumento de que Alysson é uma tese se fundamenta em algo que talvez seja ignorado até mesmo pela porção mais seleta do Gabinete Civil do Governo do Acre. No miúdo, em conversas de canto de corredor, jamais ditas em redes sociais (que deixam rastros fulminantes) boa parte do secretariado do Governo não vê força no nome de Alysson Bestene.


Aliás, alguns argumentam que “não fosse o sobrenome que carrega” ele nem teria condições de ser lembrado para voo tão alto. Crescer para além da tradição da família que representa é um desafio que Alysson precisaria impor a si. Falta o substantivo “povo” no currículo político de Alysson.


Isso não é uma falha em si. É um fato. Como Alysson pode se viabilizar politicamente a apenas um ano do pleito? Essa linha de raciocínio talvez não seja muito simpática de se ler, certamente não deve agradar à corte do Palácio Rio Branco, mas é uma leitura estritamente factual.


Algum palaciano mais apressado em bajular pode apontar o seguinte raciocínio: “Isso não é verdade. Jéssica Sales é uma anti-tese que desmonta o argumento!” Bom… além de palaciano… é apressado… e bajulador. Comparar o cenário do qual Jéssica Sales faz parte com o contexto de feras em que Alysson está metido é não ter dimensão exata de cada situação.


O segundo aspecto a ser observado guarda relação com a função de Socorro Neri nessa costura política pontuada por interesses. Foi notícia durante a semana o fato de Minoru Kinpara, que é do PSDB, ter usado estrutura da Fundação Elias Mansour para fazer “reunião política”. A falha de Minoru merece repreenda, sem dúvidas. A postura não é republicana. E mais: aponta para o fato de que o ex-reitor da Ufac ignora em Socorro Neri a figura empoderada pelo chefe para viabilizar internamente no Governo o nome do colega Bestene. O gesto de Minoru ignorou, por decisão, a autoridade outorgada por Gladson.


Mas Minoru está sozinho nessa colcha de interesses retalhados que se transformou o Governo? Ou será que alguém tem dúvidas de que, por exemplo, Assurbanipal Barbary, da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia, não esteja fazendo figa para que Socorro Neri seja novamente candidata? Barbary é ligado a José Adriano, da Fieac, suplente de Socorro Neri.


O terceiro ponto é mais complexo porque mais subjetivo. Quais foram os valores fundamentais do Progressistas que a gestão de Bocalom ameaçou? Levando em consideração supostos “princípios” do partido, o que Bocalom fez de tão grave que justifique, inclusive, quatro pedidos de expulsão da sigla? O argumento “infidelidade partidária” beira o patético. Basta lembrar que, na eleição passada para a prefeitura, a então “socialista brasileira” Socorro Neri teve a mão amparada por ninguém menos que o próprio governador Gladson Cameli. O gesto foi um triplo mortal carpado na ideia de fidelidade.


Para continuar com a metáfora da ginástica rítmica, outra construção cheia de piruetas é a reaproximação do Progressistas com o MDB. A possibilidade de que Gladson se achegue a Flaviano existe. O abraço cheio de compromisso dos dois, a troca de olhares e o pensamento de ambos gritando por dentro: “você tem uma coisa que eu quero”. Com uma diferença: o desejo de Flaviano é mais imediato, para o ano que vem. O de Gladson tem cálculo com soma 2026. E Socorro Neri nesse processo? Ela que “abra do olho”! Quem não sabe nadar não desce para o açude.


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