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Governo não quer pagar R$ 82 mil de pintura na caixa d’água por falta de documentos

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Leônidas Badaró

As tentativas do pintor Rogério Gonçalves em receber pela segunda pintura feita na caixa d’água na entrada do bairro 6 de Agosto, em Rio Branco, não tiveram sucesso e caso vai mesmo para a justiça.


Nessa terça-feira, 19, Rogério teve uma reunião com diretores do Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre) e foi informado de que a autarquia não vai pagar pelo serviço por falta de documentação.


Ao ac24horas, o diretor da Saneacre, Carlos Augusto Costa, explicou o motivo de não fazer o pagamento da dívida de cerca de R$ 82 mil, mesmo reconhecendo que Rogério efetuou o trabalho. “A gente sabe que ele fez o serviço, mas não há nenhuma documentação, as ordens de serviços que ele apresenta, apesar de serem duas, tem a mesma numeração. Não há uma planilha e nós não podemos fazer o pagamento sem os documentos”, afirma.


Entenda o caso

Rogério Gonçalves foi contratado em junho de 2021 para pintar a caixa d’água com a cor azul e uma frase que afirmava que o local havia sido palco de batalha durante a Revolução Acreana. Ocorre que a pintura se transformou em uma grande polêmica, já que a frase foi apontada por historiadores como uma fake news, pois o local nunca foi palco de embate durante o período da Revolução.


Diante da polêmica, o governo decidiu cobrir a pintura de azul e a frase errônea com as cores originais. Rogério foi novamente autorizado a pintar a caixa d’água. Acontece que o pintor só recebeu por um dos trabalhos, mesmo tendo em mãos as duas ordens de serviço dadas pelo Depasa, atual Saneacre.


O grave problema é que o pintor fez o trabalho, reconhecido pelo próprio governo. A reportagem do ac24horas conversou com Waleska Bezerra, então presidente do Depasa no período da contratação, e a ex-gestora confirma que o pequeno empresário recebeu autorização para realizar o trabalho, mas alega que outra secretaria seria responsável pelo pagamento que não foi feito mais de dois anos depois. “O primeiro contrato foi pago normalmente, já o segundo contrato, o combinado era que o pagamento não era responsabilidade nossa”, afirma.


Diante da recusa do governo, Rogério afirma que não há outra alternativa a não ser entrar na justiça. “Infelizmente foi o que me disseram. Eu não posso é perder esse dinheiro, já que eles mesmos reconhecem que eu fiz o trabalho. Só quero receber pelo trabalho que fiz. Já conversei com um advogado e vou acionar a justiça”, declara Rogério.


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Leônidas Badaró

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