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Emergência médica, estresse por calor pode afetar órgãos e levar à morte, diz cardiologista

Trabalhadoras no Centro de Rio Branco usando "sombrinha" para escapar do sol - Foto: Sérgio Vale
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Apesar de o forte calor ser uma realidade do acreano em grande parte do ano, condições mais intensas de temperatura como as que têm sido registradas ultimamente, de maneira mais precisa da última semana de agosto para meados de setembro, podem desencadear doenças com potencial de complicações e até mesmo óbitos.


Mesmo que o Acre não tenha aparecido entre os estados onde pode ocorrer uma onda de calor no próximo fim de semana, a temperatura nas cidades acreanas tem sido motivo de muitos comentários e reclamações da população nas últimas semanas, tendo o Acre chegado a registrar mais de 40 graus Celsius em alguns momentos.


Quem chama a atenção para isso é a médica cardiologista e professora do curso de Medicina da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), Lacy Coelho Barbosa Neta. Ela explica que quando a temperatura do corpo aumenta mais rápido do que a capacidade de resfriá-lo, os órgãos vitais podem sofrer danos, levando o indivíduo à morte.

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“Heat Stress, Estresse Térmico ou Estresse por Calor é uma condição médica real e muito séria. Esse aumento de temperatura é conhecido como hipertermia e pode ocorrer quando o corpo humano não consegue dissipar o calor de forma eficaz, causando o aumento perigoso da temperatura corporal e prejudicando o funcionamento normal dos órgãos”, esclarece a médica.


Perguntada pelo ac24horas se os acreanos, por viverem em um lugar que é naturalmente quente na maior parte do ano podem ser mais resistentes aos efeitos de uma onda de calor, Lacy Coelho respondeu que apesar de existir a capacidade de adaptação do corpo a temperaturas mais altas, os cuidados devem ser tomados para essas populações.


Alunos tomando água ao sair da Escola – Foto: Sérgio Vale

“O corpo humano possui uma capacidade de adaptação incrível, e quem já mora em locais mais quentes está naturalmente acostumado com essas condições climáticas. Entretanto, ainda assim deve-se atentar aos sinais de hipertermia, principalmente crianças, idosos e gestantes. Dessa forma, os riscos à saúde e os cuidados se mantém também para essa população.”


A exposição prolongada a altas temperaturas, especialmente em combinação com a alta umidade, pode levar a uma série de condições, como:


Exaustão por calor: os sintomas incluem fadiga, fraqueza, tontura, náuseas, dores de cabeça e sudorese excessiva.


Insolação: Como um golpe de calor, essa condição pode chegar a um nível grave quando a temperatura se eleva, atingindo 40ºC ou mais. Os sintomas são caracterizados por confusão, pele quente e seca, pulso acelerado e, em casos severos, perda de consciência.


Cãibras por calor: provocada pela perda de sais minerais devido à transpiração excessiva e desidratação, resultando em espasmos musculares dolorosos.


Edema periférico por calor: Essa condição diz respeito ao inchaço das pernas e mãos devido à retenção de líquidos.


Taquicardia e respiração acelerada: são sintomas de que o coração e o pulmão estão trabalhando mais para tentar resfriar o corpo.


A prevenção é fundamental para evitar o surgimento de qualquer uma dessas condições apontadas. Hidratar-se, evitar atividades extenuantes durante as horas mais quentes do dia, usar roupas leves e soltas, além de procurar estar em locais frescos e sombreados, são passos importantes para garantir o bem-estar nesse período.


“Boca seca, perda de apetite, dor de cabeça, cansaço e inchaço dos pés podem ser sinais de desidratação. Ignorar a importância da ingestão de líquido é um erro. Mas, vale lembrar que, bebidas alcoólicas não estão nessa lista. O consumo de álcool dá a sensação de hidratação e na verdade provoca efeito contrário, já que o álcool pode diminuir o composto vasopressina que retém a água no corpo”, explica.


Outro alerta é sobre a redução da vasopressina, que pode impedir o organismo de reter o H2O que necessita, provocando assim a desidratação. Já o uso de isotônicos pode ser considerado apenas por quem realizou atividades físicas extenuantes. Se este não for o caso, a ingestão de água é o suficiente para manter a hidratação adequada, com recomendação de pelo menos 2 litros por dia para adultos saudáveis.

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Alguns grupos de pessoas são mais vulneráveis ao estresse por calor como: idosos, pois possuem capacidade reduzida de regular a temperatura corporal; crianças pequenas, que muitas vezes não sabem identificar a necessidade de se hidratar ou se refrescar; gestantes, além de indivíduos que apresentam obesidade, doenças vasculares, cardíacas e mentais também devem ser acompanhados mais rigorosamente.


Os casos de exaustão extrema e insolação podem ser fatais pois o corpo perde a capacidade de controlar a temperatura corporal. A desidratação pode estar associada, e, quando em estágios mais avançados, ocorre um desbalanço entre os sais do corpo, o que predispõe a arritmias malignas. Também pode haver alterações neurológicas graves, como convulsões e perda de consciência.


Dessa forma, o estresse por calor é considerado uma emergência médica e a busca por assistência deve ser imediata. Os sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, confusão mental e aumento da temperatura da pele. Nestes casos, remover rapidamente peças de roupas, tomar um banho frio ou aplicar compressas de gelo, ou pano úmido na cabeça, pescoço e axilas podem amenizar os sintomas até a chegada do especialista.


Sobre a Uniderp

Fundada em 1974, a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), uma das mais tradicionais do estado do Mato Grosso do Sul, oferece cursos de graduação, pós-graduação lato sensu, mestrado, doutorado e extensão, presenciais ou a distância.


A instituição presta inúmeros serviços gratuitos à população por meio do Núcleo de Práticas Jurídicas e das Clínicas-Escola na área de saúde, com espaço para a atuação dos acadêmicos, unindo formação de qualidade com a preocupação de compartilhar o conhecimento com a sociedade também por meio de projetos e ações sociais.


O curso de Medicina oferece infraestrutura completa com laboratórios de simulação que aprimoram o aprendizado por meio de aulas práticas. A universidade tem parcerias em hospitais conveniados, em diversos pontos da região, com programa de estágio e residência.


Com informações fornecidas pela Assessoria de Comunicação.


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