Os indígenas suspenderam na tarde desta quarta-feira, 20, o movimento contra o Marco Temporal e o tráfego de veículos voltou ao normal na BR-364, sobre a ponte do Rio Envira, em Feijó. Cerca de 300 pessoas, entre Shanenawa, Huni Kui e Kulina, fecharam a rodovia das 8h30 às 13h30 e uma fila de carros se formou no local.
Edna Shanenawa, a Cacique que liberou o movimento, disse que o fechamento, fruto de uma articulação nacional, teve o objetivo de sensibilizar os ministros do Superior Tribunal Federal (STF) quanto a votação do Marco Temporal, que tira direitos dos indígenas à terra.
“Nós ocupamos nossas terras antes de 1980. Sem a terra somos um povo sem cultura, a floresta sem as raízes. A maioria dos povos já estava em suas terras antes da Constituição”, destacou a Cacique.
Durante grande parte do dia, os indígenas cantaram e dançaram em uma manifestação pacífica contra o marco temporal, que é uma tese defendida por ruralistas, estabelecendo que a demarcação de terras indígenas só pode ocorrer se for comprovado que os indígenas estavam sobre o espaço requerido em 5 de outubro de 1988 – quando a Constituição.
O STF está votando o marco temporal nesta quarta-feira. O placar está 5 a 2 para invalidar a tese que restringe a demarcação de terras indígenas.
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