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Centro de Rio Branco enfrenta pior fase do comércio em 40 anos: “está falido”

Foto: Aquiri Shopping tem dezenas de lojas fechadas por falta de movimento - Whidy Melo/ac24horas
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O comércio no entorno do Terminal Central de Rio Branco amarga o baixo número de vendas e a queda no trânsito de clientes. Anos atrás, o Calçadão da Benjamim Constant era ponto quente de vendas, referência em preços baixos e diversidade de produtos.


Populares se apertavam para passar entre os boxs enquanto os camelôs, como são chamados os vendedores do local, gritavam e tentavam chamar a atenção de tanta gente, mas hoje os caminhos são largos e com baixa expectativa. Os proprietários dos pontos aguardam os clientes sentados.

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José Carlos Juruna, presidente da associação dos comerciantes locais, diz que o fluxo de clientes no Calçadão é o pior da história: “Eu vendo desde 1982 aqui, hoje, de 14 horas em diante, só aparece fantasma. Estamos aqui pela misericórdia de Deus. O que salva às vezes é dia de pagamento do funcionalismo público e aí aquece aqui um dia ou dois, mas depois é o resto do mês como você está vendo: fraco”.


Segundo os vendedores entrevistados pelo ac24horas, são muitos os fatores que influenciam na falência do comércio central na capital. Entre estes fatores, são apontados: o alto número de pessoas em situação de rua que causariam um incômodo na população; a falência do sistema de transporte público de Rio Branco, que já não tem como clientes a “massa” popular, que passou a optar por outros meios de transporte; a expansão do comércio para os bairros e galerias; a reestruturação urbanística que levou comerciantes de box no Calçadão para o Aquiri Shopping, que desconfigurou a imagem popular e tradicional dos camelôs.


Foto: escada principal do Aquiri Shopping (Shopping Pupular), às 10 da manhã de uma sexta-feira I Whidy Melo/ac24horas

Em meio a este turbilhão de problemas, a empresa concessionária do Aquiri Shopping, Elit Participação e Patrimônio LTDA, ameaçou lacrar mais de 120 quiosques de lojistas inadimplentes. Em sua defesa, comerciantes devedores disseram à reportagem que o dinheiro arrecadado nas vendas no Aquiri são tão baixas que o pagamento da taxa dos boxs chega a não compensar: “Nós tiramos mal pra comer, tem dia que não se vende nada, como vamos pagar taxa de aluguel?”, questionou uma vendedora.


Antonina Campos, gestora da concessionária que administra o Aquiri Shopping, disse que a notificação aos lojistas estava prevista em edital e que apenas 11 dos notificados ainda não regularizaram suas situações, mas tem até esta segunda-feira, 18, para fazê-lo. A empresa, diz Antonina, tem tomado medidas para tentar alavancar o movimento no prédio: “Trouxemos a junta militar, colocamos um caixa eletrônico e solicitamos mais um com depósito online, instalamos uma estação para carregamento de celular, fizemos comercial na televisão e estamos reforçando as divulgações em redes sociais, gastamos R$ 270 mil reais em toldos, e em breve um contêiner da Cacau Show vai ser colocado aqui ao lado”, disse.


Foto: Aquiri Shopping tem corredor inteiro de lojas fechadas I Whidy Melo/ac24horas

No segundo andar do Aquiri Shopping, os corredores estão vazios e a maioria das lojas estão fechadas. Segundo Antonina, o número de box fechados representa 20% do total, enquanto lojistas entrevistados dizem que somente cerca de 40% das lojas abrem: “e quando abre a pessoa deixa aberta, pega o produto na mão e sai andando para ver se vende”, disse José Carlos Juruna.


Num local integrado ao Terminal Urbano, onde ficam restaurantes, pastelarias e lojas de acessórios de celular, o movimento também foi afetado. “Agora quem passa mais aqui é estudante e aposentado. O povo mesmo que trabalha usa pouco o transporte coletivo e só passa aqui quando sai o pagamento. Eu trabalho em restaurante aqui desde 2000, é a pior fase que eu já vi, só dá pra ganhar pra sobreviver”, disse Maria Evângela, de 57 anos.


Foto: Maria Evângela diz que trabalha na região há 23 anos I Whidy Melo/ac24horas

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