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Produtores apresentam medidas emergenciais ao ministério da agricultura

O ciclo pecuário vive um momento de baixa no preço da arroba - Foto: Sérgio Vale

A Confederação Nacional da Agricultura protocolou no Ministério da Agricultura pedido de apoio aos produtores de leite e carne de todo país. O documento foi formalizado na sexta-feira (15). Um relatório técnico com dados justifica cinco medidas classificadas como emergenciais para sustentar o segmento quando o mercado do boi gordo registra redução de 34% no preço da arroba, comparando o mês de setembro de 2023 com setembro do ano passado.


A CNA calcula que, nesse mesmo período, o custo de produção da carne bovina teve redução de 11%. A queda nos custos menor do que a queda no preço da arroba veio acompanhada do incremento na oferta de carne da ordem de 9%, no primeiro semestre desse ano. Houve aumento no abate de animais (inclusive fêmeas). A Confederação Nacional da Agricultura calcula que esse cenário ficou ainda mais grave no primeiro semestre desse ano porque houve redução de 23% das exportações em valores e entre 4% e 5% em volume importado.


Produtores apresentam medidas emergenciais ao ministério da agricultura:


linha emergencial para capital de giro. Essa medida evita que o produtor tenha que vender animais por um preço muito baixo;


aumento no prazo de pagamento dos produtores que realizaram operação de crédito para reter matrizes (a retenção de matrizes é uma prática clássica nos momentos de alta do preço da arroba). A CNA quer prazo aumentado para 36 meses;


prorrogação de todos os financiamentos por três anos (o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Veronez, foi até mais modesto neste ponto: sugeriu dois anos);


ampliação de prazo de pagamento para produtor que aderiu a linhas de crédito para compra de gado para confinamento;


Negociação das dívidas das parcelas já vencidas.


De acordo com o superintendente Técnico da CNA, Bruno Lucchi, a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura deve encaminhar a demanda para o Ministério da Fazenda avaliar.


“Conversamos essa semana com representantes da Secretaria de Política Agrícola se mostraram muito sensíveis ao tema e disse que tentariam, assim que recebessem as propostas iriam analisar para encaminhar ao Ministério da Fazenda”, afirmou Lucchi.


No longo prazo, o superintendente técnico da CNA não descarta falta do produto no mercado interno, caso não haja intervenção do governo no segmento. “Esse pleito que a CNA apresenta é uma tentativa de que o produtor se mantenha na atividade e, com isso, a gente garanta as divisas que a pecuária gera para o Brasil e, principalmente, possa garantir o abastecimento de médio e longo prazo. Porque se essa situação persistir, muitos produtores podem sair da atividade ou reduzir tanto a produção que, assim que o consumo se normalizar, nós possamos ter falta de produto brasileiro no mercado e isso não é bom para ninguém”.


Normalmente, o cálculo que se faz entre exportação e importação é de que 25% do volume produzido são comercializados no mercado externo e 75% são consumidos internamente.


Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Veronez, o encontro de sexta (15) foi válido pelo que provocou. “É claro que não tínhamos a expectativa de que saíssemos com a solução definida nesse primeiro encontro”, ponderou. “Mas houve encaminhamentos importantes que serão discutidos conjuntamente em Brasília. O entendimento, agora, é político. Só espero que não seja ideológico. A questão é técnica diante de um segmento que tem fundamental importância para a economia do país”.


O presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária do Senado, senador Alan Rick (UB/AC), articula uma audiência pública, a ser realizada no dia 27 de setembro, para debater o tema com os técnicos do Ministério da Agricultura quais medidas estruturantes podem ser criadas para minimizar os impactos do ciclo pecuário em momentos de baixa do preço da arroba.


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