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Mais de 150 pacientes podem ficar sem hemodiálise por falta de pagamento do Estado

Por
Marcos Venicios

Pelo menos 150 pacientes de nefrologia poderão ser prejudicados caso a Fundação Hospitalar do Acre não honre com os mais de 70 dias em que a empresa terceirizada, Clinica Renal de Rio Branco, está sem receber pelos serviços prestados. Esses pacientes são os excedentes da hemodiálise que a Fundação não consegue atender e com isso, eles acabam sendo repassados para realizar o tratamento no Hospital Particular. A dívida até o momento é superior a R$ 1,6 milhões.


O médico Ricardo Sena, diretor-técnico responsável pelo hospital, ressaltou que nesta segunda-feira, 11, notificou extrajudicialmente a Secretaria de Saúde, a Casa Civil e a Fundação Hospitalar para tomar alguma providência a respeito. “Somos contratados pela Fundação para assistir os pacientes excedentes da hemodiálise. Estamos há 70 dias sem nenhuma sinalização de pagamento. Produzimos julho, agosto e não recebemos e o nosso serviço é caro por ser atrelado ao dólar. Para prestar esse serviço os insumos são caros e tememos que as empresas parem de nos fornecer os produtos demandados, inviabilizando o serviço que vem sendo continuo e interrupto”, frisou.


Dos pacientes assistidos pela clínica Renal, 130 fazem a hemodiálise e 30 fazem a diálise peritoneal, feito na casa do paciente. Para Sena, a manutenção do serviço até então vem sendo feita de forma administrativa, com os sócios da empresa vendendo bens pessoais para manter a estrutura funcionando.


“Esses atrasos já vem de bom tempo. Entre 2021 e 2022 tivemos um atraso de 120 dias, depois tendeu a ser regularizado, mas voltou a atrasar. Eles pagam um mês e ficam dois fora. Alegam que não tem recursos, que não tem orçamento, sendo que o recurso para Nefrologia é carimbado pelo Ministério da Saúde”, disse o diretor, informando que a folha de pagamento ultrapassa os 150 mil para manter técnicos de enfermagem, enfermeiros, técnicos em manutenção de equipamentos, psicologas, motoristas, assistentes sociais e nutricionistas, totalizando quase 50 funcionários direto, dependentes do sistema terceirizado.


Mesmo com o Estado não pagando o que deve, a Clínica Renal de Rio Branco continua recebendo novos pacientes por da regulação do Estado. “Mesmo com o Estado não pagando o que deve, nossos salários estão em dias por esforço pessoal de seus sócios. Fazendo empréstimos, vendendo bens pessoais para não deixar faltar o serviço que é humanitário e de utilidade de pública. Se deixarmos de fazer isso, o sistema colapsa e as pessoas podem infelizmente morrer”, explicou.


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Marcos Venicios

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