O discurso de ontem da deputada Michelle Melo (PDT), despindo o governo do Gladson, foi duro, claro é incisivo. Passou a mensagem que as suas iniciativas com pautas para resolver problemas que são do governo, não têm encontrado eco no secretariado. Lamentou que pela omissão de secretários, servidores terceirizados estão há meses sem receber, gerando um desgaste desnecessário ao governo do Gladson.
Para ela, o governador toma uma direção e os secretários outra. Também se mostrou chocada com a cena do acampamento de famílias despejadas da invasão do Irineu Serra, para as quais foi prometido abrigo, e não foi cumprido pelo governo. Foi incisiva ao afirmar que não vai ficar calada ante erros do governo e de seus secretários, e que não é por ser líder da base governista na ALEAC, que ela vai perder a sua autenticidade. E que não se importa com os que acham que ocupar o posto de líder, é concordar com erros.
E mandou um recado duro: “Não vou puxar saco de secretário”. Mais duro do que isso, não poderia ser, porque a voz não vem da oposição, mas de quem é líder do governo. Só quem calça o sapato é que sabe onde o calo aperta, diz o velho e sempre atual ditado. E quem calça o sapato é a Michelle.
COMO DEVERIA SER
A sessão de ontem na ALEAC reviveu os bons debates que aconteciam na Casa, e que nesta legislatura tinham sido deixados de lado. Parlamento é debate. Elogios é puxa-saquismo. A Michelle quebrou o clima de mosteiro budista que tinha tomado conta da atual composição da ALEAC.
PASSOU DO TOLERÁVEL
As cenas de ontem de uma mulher sendo assaltada e espancada em uma rua movimentada à luz do dia, chocou a todos. A violência em Rio Branco passou do limite do tolerável. Como passou do tolerável as solturas de bandidos nas Audiências de Custódia.
ESPETÁCULO DANTESCO
Outro espetáculo dantesco é o acampamento dos despejados da invasão do Irineu Serra na frente da ALEAC, com velhos e crianças deitados em colchões estirados no chão, sem ter para onde ir. Não podia acontecer. Não foi isso que o Gladson prometeu a eles. Nem só de festas vive um governo.
CALDO PODE ENGROSSAR
E a cena poderá ter novos integrantes, os funcionários terceirizados que estão sem receber há meses, por o governo não pagar os empresários do setor. A advertência foi feita na ALEAC, ontem, pelo deputado Fagner Calegário (PODEMOS).
NÃO É NOVIDADE
Aliás, não é novidade para quem lida com o governo o não cumprimento de promessas do que foi acertado. Virou normal.
NOS SEUS DEVIDOS LUGARES
Mas nesta questão dos secretários de estado omissos, que capinam sentados — sua grande parte — tem algo a ser pontuado. Se o governador não determina à Secretaria Fazenda que libere recursos para o pagamento de compromissos, os secretários ficam sem ter como cumprir com terceiros.
DESTACAM-SE POUCOS
Mas a grosso modo é fraquinho este secretariado do Gladson, salvam-se poucos da mediocridade na gestão.
PROBLEMA É RECEBER
Até que enfim foi aprovado na ALEAC o projeto que autoriza o governo a liberar recursos para os clubes de futebol profissionais. O problema vai ser o governo liberar a grana. Essa novela sem fim se arrasta há 4 anos.
O QUE É MAIS IMPORTANTE?
O que é mais importante para o secretário de Ação Social, Pastor Alex, ter resolvido o problema e assim evitado desgaste para o governo com famílias jogadas na entrada da ALEAC, ou se ausentar da capital?
PAGANDO O PATO
Nesta questão dos terceirizados os empresários vêm pagando o pato na opinião pública há muito tempo. O governo não paga as empresas e seus nomes são execrados por parte daqueles servidores que estão meses sem receber, e passando necessidade. Uma bola de neve que se arrasta há anos, e só aumenta.
SEMPRE COM MUITO EQUILÍBRIO
O deputado Eduardo Ribeiro (PSD) não se furta a apontar erros do governo, e o faz com muito equilíbrio.
RINDO DO LULA
A turma do Bolsonaro está rindo do Lula, a cada voto colado nos ministros bolsonaristas do STF, André Mendonça e Cássio Cunha Marques, que dá o ministro Cristiano Zanin. A esquerda pensou que o Zanin tinha idéias progressistas, mas se ferrou, é um tremendo conservador, típico do figurino bolsonarista.
NADA DE EXCEPCIONAL
Até o momento não consigo ver nada de excepcional no governo do Lula, a não ser o restabelecimento do clima democrático no país. O que é pouco. É obrigação. Se aliar ao Centrão, isso o Bolsonaro já fez no seu governo.
DIA ATÍPICO
Ontem, foi um dia atípico na ALEAC, com o discurso da líder do governo, deputada Michelle Melo (PDT), desancando o governo e mostrando a fragilidade no relacionamento da base governista com o secretariado. Se um fala aramaico e o outro espanhol, nunca vão se entender. O certo é que a base é vista como apenas um instrumento para votar a favor dos projetos que chegam na ALEAC.
CUTUCADA
Para um bom observador, não passou despercebido uma cutucada da deputada Michele Melo (PDT), na sua fala, quando disse que secretários estão mais preocupados com a eleição do próximo ano, de que atender a população, dando a impressão de ser uma indireta para o secretário Alysson Bestene (PP), em pré-campanha para a PMRB.
QUE SANTA COINCIDÊNCIA
A maioria dos cursos que os vereadores da capital viajam para frequentar, bancados pela Câmara Municipal de Rio Branco, é em capitais banhadas pelo mar. Que santa coincidência!
IMPOSSÍVEL SABER
Que rumo o governador Gladson vai tomar na eleição para a prefeitura de Rio Branco? Impossível de saber. Nada mais enigmático que o Gladson.
PARA ACALMAR O DIA
“E clamaram ao senhor na sua angústia, e ele os livrou das suas dificuldades”. Salmos 107:6
FRASE MARCANTE
“Rir é o melhor cosmético para o seu exterior e a melhor medicina para o seu interior”. Phil Bosmans