O governo do estado tenta contornar um evidente distanciamento de sua base na Assembleia Legislativa, evidenciado pelas críticas recentes dos parlamentares, principalmente nos casos da carona em uma licitação da Secretaria de Educação no valor de R$ 24 milhões e a condução do governo no processo que resultou na desapropriação da Terra Prometida e na ocupação do hall de entrada da Aleac pelos moradores da área localizada no Irineu Serra.
A sessão desta quarta-feira, 30, foi um claro exemplo. A própria líder do governo, Michelle Melo (PDT) criticou o que chamou de inércia da gestão quanto a resolutividade na condução do caso. “A gente não encontra suporte no governo. Já solicitei uma reunião com urgência, mas precisamos solucionar os problemas e não ficar tirando fotos em agendas institucionais. Cuidar não é puxar saco. Eu dou meu nome se eu fosse secretária, como já tinha resolvido isso”, disse.
Os demais deputados da base presentes à sessão, os que não ficaram calados, endossaram as palavras da líder, como, por exemplo, os deputados Afonso Fernandes (PL) e Eduardo Ribeiro (PSD).
As críticas recentes reascenderam a preocupação do governo com a fragilidade da relação do governo com sua base aliada na Aleac. Tanto que logo após a sessão, o secretário adjunto de governo, o ex-deputado Luiz Calixto, foi até o parlamento onde se reuniu com alguns deputados estaduais. Ao ac24horas, Calixto preferiu não polemizar e disse se tratar apenas de uma conversa informal com os parlamentas.
Comprovando o distanciamento cada vez maior da liderança da casa com o governo, a deputada Michelle, que teve atritos públicos recentes com Calixto, não participou da informal conversa.