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Advogado de pecuarista preso em operação da PF diz que cliente sofre perseguição

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Whidy Melo

Na manhã desta terça-feira, 29, o advogado Ayres Dutra, que representa Amair Feijoli, condenado por envolvimento na morte da missionária norte-americana Dorothy Stang e preso nesta segunda-feira, 29, em Rio Branco, investigado pela Polícia Federal por, supostamente, integrar um esquema de grilagem de terras, disse que seu cliente foi preso injustamente e é alvo de perseguição.


Segundo Ayres, a defesa ainda não teve acesso aos autos do processo. No entanto, segundo ele, há indícios de que seu cliente enfrenta perseguição injusta pelo crime que participou em 2005, no Pará. “Ele cometeu um episódio lamentável, que foi o crime da missionária. Ele quitou a pena, contribuiu com a justiça, mas não tem paz, é perseguido pela justiça. Pelo que eu conheço do seu Amair, tenho certeza de que ele não cometeu crime nenhum, muito menos a ponto de ser decretada prisão preventiva”, disse.


Ainda segundo o advogado, Amair Feijoli e filhos teriam adquirido terras de um pastor, mas o Estado do Acre delimitou a terra como parte de uma Floresta Estadual. “A área a que se refere a operação de hoje é toda documentada, compraram, pagaram e estão sendo punidos por isso. A área é particular, privada, passado escritura e tudo. É mais uma injustiça, onde a gente se depara com muita gente oprimida. É uma antecipação da justiça, que ocorre principalmente aqui no Norte do país”, completou.


Sobre o filho de Amair que está foragido, identificado como Patrick, Ayres disse que não sabe de seu paradeiro, mas um advogado que atua em Minhas Gerais e Brasília já foi destacado para atuar em sua defesa.


Entenda a operação da Polícia Federal que culminou na prisão de Amair Feijoli

Em coletiva de imprensa na sede da superintendência da Polícia Federal, em Rio Branco, na manhã desta terça-feira, 29, os delegados Fares Antonine, Ricardo Ferro, Berdard Castilho e Kennedy Rivelino deram mais detalhes das operações Terra Prometida e Xingu, que cumpriram mandados contra uma organização criminosa que praticava crimes ambientais no Acre e Amazonas. Entre os presos na operação está um dos condenados pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang, morta em 2005, no Pará.


Segundo as informações, os alvos da operação foram pessoas que compraram áreas na Floresta Estadual do Antimary, fundando uma fazenda denominada Canaã, em área pertencente à União e desmatando cerca de 600 hectares, em 2022. Concomitantemente ao desmatamento, segundo a investigação, o grupo criminoso fazia a venda da madeira derrubada, justificando a origem do dinheiro a partir de um esquema de lavagem conhecido como “gado de papel”. “Eles fraudavam guias de transferência, inflando o número de gados transportados para justificar uma suposta venda de bois acima do número real, como forma de esquentar o dinheiro”, explicou o Delegado de Polícia Ricardo Ferro.


Com o cerco da Polícia Federal à região do Antimary, os principais agentes da organização criminosa, que seriam dois pecuaristas e um grileiro, criaram uma nova operação na região de Boca do Acre e Lábrea, no Amazonas, próximo ao Acre. Para isso, um técnico de georreferenciamento do INCRA, segundo as investigações, era responsável por falsificar informações do terreno invadido no Cadastro Ambiental Rural, como forma de dar aparente legalidade à posse dos financiadores do esquema.


Neste segundo local de invasão, somente em 2022, cerca de 800 hectares de mata nativa foram derrubados, o que equivale a 800 campos de futebol. “Para destacar a importância da operação, Lábrea, local dessa segunda operação, foi o município mais desmatado do Brasil em 2022”, disse o delegado Bernard Castilho Zenaide.


Na operação de hoje, 29, foi preso Amair Feijó da Cunha, condenado a 18 anos por intermediar a morte da americana Dorothy Stang, em 2005, por ter um mandado de prisão em aberto expedido pela Justiça Federal do Amazonas. Segundo a Justiça do Pará, foi ele quem contratou os pistoleiros Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista para assassinar a missionária a mando de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Pereira Galvão. O filho de Amair, que não teve o nome revelado, teria participação no esquema de grilagem de terras, mas não foi encontrado, sendo considerado foragido.


Os pecuaristas, apontados como os cabeças e financiadores do esquema, teriam desembolsado quase R$ 3 milhões para “investir” em desmatamentos nas duas áreas, que somam mais de 1.500 hectares. Contabilizando os bens e recursos extraídos pelos criminosos em suas operações, e o custo para reparar os danos à natureza, o prejuízo à União é estimado em mais de R$ 30 milhões.


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