Após discursos fortes na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta quarta-feira, 23, sobre uma carona de R$ 24 milhões na contratação de uma empresa do Maranhão para reforma de escolas nos municípios acreanos pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE), o setor privado também fez críticas ao governo acreano.
O presidente da Federação das Indústrias do Acre (FIEAC), José Adriano, aumentou o coro de reclamações e pontuou que a reclamação vem desde o início do primeiro mandato do atual governo. “É uma tristeza estarmos presenciando esse tipo de contratação de empresas na construção civil no segundo mandato do governador Gladson Cameli. Desde 2019 a gente vem lutando contra isso. A gente entende que no passado, o despreparo do início de mandato e a pandemia eram uma meia justificativa para que esse regime acontecesse, mas agora não há mais justificativa”, diz Adriano.
José Adriano destacou ao ac24horas
que o fim das caronas foi uma promessa do próprio governador Gladson Cameli. “O formato tradicional, além de ser o mais transparente, é o melhor para o erário público. Se faz necessário acabar com isso, o governador prometeu, eu acreditei nele e continuo acreditando que ele não vá deixar isso continuar”, destaca.O representante da indústria acreana ressalta ainda que, além da promessa do governador, há um entendimento dentro do próprio governo de que a carona não é o procedimento adequado. “Passa da hora da gente encerrar com esse formato de contratação, temos visitado alguns secretários, inclusive o de Obras Públicas que tem dito que concorda com a gente. É um passo para trás do governo com esse formato que já mostrou que não é a melhor para o estado. A ata de registro de preço pode ser multiplicado por 5. Quando se fala em 24, pode chegar a 200 milhões com essa única ata, além do que a subcontratação traz preocupação com a precariedade do trabalhador que vai atuar nessas obras. O Acre hoje enfrenta problemas com a justiça por conta desse tipo de instrumento”, declarou.
Por fim, José Adriano afirmas que o setor privado acreano vai buscar ajuda dos órgãos de controle. “Se o momento de discussão na Assembleia não for suficiente, nós vamos recorrer aos órgãos de controle e vamos apelar para o Tribunal de Contas, ao Tribunal de Justiça ou ao Ministério Público, seja quem for, para isso não continuar mais a acontecer”, explicou.