A situação do PP na disputa da prefeitura de Rio Branco, continua num mar de incertezas. Como dizia o personagem britânico Jack, o Estripador, vamos por partes. O PP tem o prefeito da capital Tião Bocalom, mas este não tem a simpatia política dos que dão o tom no partido, principalmente, da presidente do diretório municipal, deputada federal Socorro Neri (PP). Isso é uma verdade.
Também é verdade que, não tem a simpatia do governador Gladson. Um outro ponto é que a ampla exposição que teve o secretário Alysson Bestene, o nome posto na mesa para ser testado pelos dirigentes do PP, o colocando como gestor na EXPOACRE, não conseguiu fazer o seu nome decolar nas pesquisas. Um deputado do PP com quem conversei ontem, avaliou que o partido tem de começar a pensar em outras narrativas para disputar a PMRB. E apontou para duas vertentes: a primeira, ao seu ver, seria tentar uma chapa que tivesse a deputada federal Socorro Neri (PP) de candidata a prefeita e o presidente da Fundação Cultural, Minoru Kinpara, na vice.
A Socorro não teve um melhor índice na última pesquisa, porque retirou seu nome da cena nos últimos quatro meses ao dizer que não seria candidata, avalia a fonte. Socorro e Minoru não se relacionam bem, mas é uma questão que na visão desse parlamentar poderia ser superada. Só não tem acordo com o Bocalom, destacou. E não descartou que em outro cenário possa acontecer uma aliança com o candidato Marcus Alexandre (MDB), amarrando apoio para uma candidatura do Gladson ao Senado em 2026 e este indicando o vice na chapa. Mas foi cético que o quadro no PP possa ser clareado este ano. Para ele, a definição só acontecerá no meado do próximo ano.
Traduzindo tudo o que escutei na conversa de ontem: nada acontecerá no PP sobre a sucessão municipal que não passe pelo crivo do governador Gladson Cameli em primeiro plano, e no plano seguinte pela presidente do diretório municipal do PP, deputada federal Socorro Neri (PP).
Enquanto o seu Lobo não vem, o PP continua caminhando na vereda política da eleição municipal sem lenço e sem documento.
ACABOU O BOM MOÇO
A vida do ex-presidente Bolsonaro virou um inferno. A sua pose de bom moço acabou, depois da decisão do seu ajudante de ordem, o tenente-coronel Mauro Cid, seu assessor mais próximo, falar através do seu advogado que vai confessar que vendeu as jóias que eram do patrimônio público a mando do Bolsonaro e lhe entregou o dinheiro. Isso complica Bolsonaro juridicamente. A notícia foi destaque ontem na mídia internacional.
QUEBROU DENTRO
E para completar, o hacker Valter Delgatti confessou que foi contratado pelo Bolsonaro para tentar fraudar as urnas eletrônicas, para mostrar que o sistema não era seguro. Quebrou dentro.
NEM PENSAR
Fui checar ontem com um político de bom trânsito com o presidente do PSB, César Messias, se toparia disputar a prefeitura de Cruzeiro do Sul, e ouvi como resposta que o César não quer nem pensar no assunto, e muito menos discutir a possibilidade.
UMA PENA
Uma pena que todos os membros da bancada federal não se fizeram presentes ontem nas discussões no governo federal, sobre medidas para reduzir os preços das passagens para o Acre. A ideologia radical falou mais alto que a sensibilidade para a questão.
PRECISAM SE ACERTAR
A gestão do prefeito Bocalom e o SINTEAC precisam se acertar. Já são 28 dias de greve dos servidores da Educação e sem luz no fim do túnel. A radicalização só prejudica os alunos. A PMRB não pode fechar o diálogo.
ACIMA DO ESPERADO
A atuação parlamentar do deputado Tanízio de Sá (MDB) está positiva e acima do que era esperado. Com seu jeitão simples vem trazendo para o debate na ALEAC temas importantes.
ACHO DIFÍCIL
Em política tudo é possível, mas acho improvável que a deputada federal Socorro Neri (PP) venha a ser candidata à PMRB, no momento que começou a engrenar o seu mandato, ao ponto de ser bem avaliada nas pesquisas sobre a bancada federal acreana. Entendo que só num cenário excepcional aceitaria a missão.
CABEÇA EM OUTRO PROBLEMA
A eleição para a prefeitura de Rio Branco é assunto que não deve estar na prioridade política do Gladson, que tende a se eleger senador em 2026, independente de quem esteja na PMRB. Por isso, creio que não vai entrar com corpo e alma no apoio a uma candidatura. Sua cabeça está em outro problema, sair da enrascada da Ptolomeu. Não tem outro foco.
OLHANDO PARA TRÊS FOCOS
Já o prefeito Tião Bocalom mira em três focos políticos: tentar disputar a reeleição pelo PP; se eleger a um novo mandato, e disputar a eleição para senador em 2026.
SIDO FUNDAMENTAIS
O presidente e o primeiro secretário da ALEAC, deputados Luiz Gonzaga (PSDB) e Nicolau Junior (PP), respectivamente, têm sido fundamentais para que não haja entraves aos projetos que chegam do governo.
NO MÁXIMO
No próximo ano deveremos ter no máximo quatro candidatos a prefeito de Rio Branco. Não mais do que esse número. A atual lista de pretensos candidatos vai se afunilar.
SEM ESTRUTURA NÃO DECOLA
O Minoru Kinpara tem um nicho que o acompanha em todas eleições, mas bate na trave e não se elege. E num partido sem estrutura como o PSDB, uma candidatura a prefeito de Rio Branco não decolaria. E no máximo, ele baterá na trave, novamente.
COMO NUNCA
Não sei se fez, mas se não fez deveria ter feito uma promessa para a padroeira de Cruzeiro do Sul, Nossa Senhora da Glória, para sua gestão decolar na opinião pública. E pelas informações que tenho, o Zequinha não tem sido um prefeito com uma administração desastrada. O problema é que não conseguiu uma empatia com a população. E, sem isso, complica uma reeleição.
NÃO É NADA DEFINITIVO
Claro que, cada fato tem nuances diferentes. Já vi candidato a prefeito de Rio Branco começar com 3% e se eleger. Mas isso é como cair um raio duas vezes no mesmo lugar.
NÃO ABRE MÃO
O senador Alan Rick (UB) não abre mão de ter o deputado federal Ulysses Araújo (UB), como candidato a prefeito da capital. Na sua avaliação, um partido como o União Brasil, não pode deixar de ter candidatura própria.
É TIROTEIO TODO DIA
Virou rotina em Rio Branco ter tiroteio todos os dias, e geralmente com vítimas. O sistema de segurança pública não está omisso no combate, mas precisa executar um plano mais ousado de ação para a paz voltar a reinar em Rio Branco, onde ficou perigoso sair de noite, principalmente nos bairros mais afastados do centro.
ESCOLHA PESSOAL
O MDB deixou o candidato Marcus Alexandre livre para escolher o seu candidato a vice, e abrir conversas com outros partidos nesse sentido.
PREOCUPAÇÃO DO MOMENTO
O senador Sérgio Petecão (PSDS) não vai colocar em discussão no partido este ano, o papel do partido na eleição para a PMRB. A preocupação do momento é montar uma boa chapa de candidatos a vereador de Rio Branco.
VAI FICAR NAS BOAS INTENÇÕES
A proposta do senador Alan Rick (UB), para que o governo federal subsidie a gasolina de aviação para os voos na Amazônia, foi a mais concreta solução para o alto preço das passagens para o Acre, na reunião de ontem no ministério de Portos e Aeroportos. Sem isso qualquer discussão vai ficar sempre no protocolo de boas intenções. E nada se resolverá. Tudo passa pelo governo do Lula.
NÃO PODE FICAR SÓ NISSO
O que se espera é que os deputados aprovem em regime de urgência o projeto que permite ao governo dar ajuda financeira aos clubes profissionais. E que o governo cumpra a sua parte. Essa novela rola há 2 anos só no campo da promessa do governo. Promessa feita pessoalmente pelo Gladson aos presidentes de clubes. Ponto para o deputado Tanízio de Sá (MDB), que faz tratativas na ALEAC sobre o caso.
FRASE MARCANTE
“As pegadas na areia do tempo não são deixadas por quem está sentado”. Ditado bérbere.
FOTO: JUAN DIAZ