O promotor de justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Rodrigo Curti, participou nesta quinta-feira, 17, do programa Boa Conversa. No bate-papo, o profissional fala sobre as ondas de assassinatos que estão ocorrendo recentemente na capital acreana.
Para ele, o fato é algo nunca antes noticiado na história do sistema prisional da região e é um reflexo da rebelião do presídio Antônio Amaro, que ocorreu nas últimas semanas e levou a morte de 5 presos e a tentativa de homicídio de um policial penal.
“Não podemos apagar esse fato danoso na segurança pública do nosso Estado, porque esse tipo de fato reflete na sociedade. Veja o que está acontecendo agora com essa onda massiva de assassinatos que estão ocorrendo nesses últimos dias. Se nada daquilo tivesse acontecido, nós não estaríamos passando por essa projeção de ondas de crimes graves”, declarou.
O doutor esclarece que os acontecimentos já existiam, mas estavam resumidos dentro das zonas periféricas de Rio Branco, em uma parte da sociedade praticamente esquecida.
“Quando não se tem guerra entre as facções, a população do Belo Jardim, Taquari, Rosa Linda e Caladinho, por exemplo, está sendo ameaçada. Tendo que pagar pedágio, com postos de saúde, escolas e comércios com horas para funcionar. Então é preciso perguntar para essas pessoas se a segurança pública está efetivamente chegando naquela localidade, porque são eles quem sofrem com a ausência”, afirmou.
Questionado se a “paz” que ocorre de tempos em tempos entre os grupos rivais é uma promoção da segurança pública, ele responde que a situação é tratada como um ponto positivo pela Justiça, mas que isso não deveria acontecer.
“O que nós lutamos na promotoria é que isso não se torne uma política de segurança pública. Não podemos compadecer com essa situação. É como se precisássemos torcer para que um desses lados criminosos ganhasse, para que tenhamos sossego, mas não, é preciso combater o crime”, apontou.
Sobre sua opinião se a polícia acreana é efetiva, Curti afirma positivamente, destacando que atua em todas as audiências de custódia da capital e fala por experiência própria.
“A Polícia Militar desempenha o seu trabalho a contento. É óbvio que muitas vezes trabalhamos com falta de estrutura, material, treinamento, qualificação e melhores condições, mas nós temos bons policiais, bem intencionados, que estão ali na linha de frente fazendo o possível para combater essa onda de crime generalizado, que não ocorre somente em nosso Estado”, explicou.
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