O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no Acre, Jamir Rosas, que atua como porta-voz dos moradores de uma invasão no bairro Defesa Civil, em Rio Branco, afirmou que a reintegração de posse na área é arbitrária. Segundo ele, os moradores ocupam uma área de 2 hectares no bairro Defesa Civil, próximo a outra invasão que espera também a reintegração de posse, a invasão Terra Prometida, no bairro Irineu Serra.
Em uma reunião comunitária ocorrida na manhã desta segunda-feira, 14, Jamir Rosas disse que caso a polícia aja para retirar os moradores de casa em cumprimento a reintegração de posse, “haverá guerra”. “Vamos deixar claro. Se eles entrarem aqui, haverá guerra, ninguém vai sair de casa, vai ter morte, vai ter prisão. Ninguém vai sair daqui sem lutar. Se preparem para levar todo mundo preso, das crianças aos velhos”, afirmou.
Segundo Jamir, sem um projeto de governo para lidar com o déficit habitacional, a população mais vulnerável se viu obrigada a ocupar áreas abandonadas pelo estado. “A política de habitação no Acre é zero. Não dá para termos essa quantidade de terrenos públicos e privados sem o cumprimento de função social. Temos uma enorme quantidade de moradores que não tem casas e nem oportunidade de ter, uma população que vive de Bolsa Família não consegue pagar aluguel. Aqui, temos organizado a ocupação, construímos uma cozinha comunitária que atende 100 famílias por dia, trazemos inclusão, tratando a periferia como deve ser tratada. É vergonhoso ver um estado que usou a pandemia como desculpa para não ter projeto habitacional, está tudo parado. As pessoas crescem, casam, constituem família, e vemos desinteresse de cuidar da questão habitacional por parte da prefeitura e do governo do estado”, disse Jamir.
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