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Mudança, sapato, ‘adjunto’ e pergunta ao MDB

Os editoriais do site ac24horas sofrerão alguns pequenos ajustes. São adaptações necessárias diante de situações internas da empresa. Aos domingos, será mantido um texto tentando abarcar aquilo que pautou o noticiário durante a semana e, quem sabe, prevendo o que será a agenda da semana que se inicia. Excepcionalmente, dependendo da gravidade dos fatos, é possível que o site se posicione no calor do debate. A coluna “Tricas e Futricas” será mantida normalmente.


Então, já oferecendo ao leitor o compromisso do serviço, o site precisa tratar dos primeiros aperreios que o pré-candidato à Prefeitura de Rio Branco pelo MDB, Marcus Alexandre, precisa enfrentar. É necessário estabelecer uma premissa elementar (que talvez seja importante reforçar ao ex-petista, caso ele cometa o erro de esquecer): Flaviano Melo, João Correia, Vagner Sales, Chagas Romão, Adalberto Ferreira e outras vozes do Glorioso no Acre têm no partido a única referência de vida política.


Para eles, os chamados “Cabeças Brancas”, nada há no horizonte além do imponente sol do Glorioso. Por que é necessário lembrar isso? Porque Marcus Alexandre terá que exagerar na diplomacia já na composição do time que sairá para a boa briga na campanha. Não será uma composição fácil, tendo essa referência do novo partido como ponto inicial de trabalho.


É evidente que todos sabem que por mais que o capital político de Marcus Alexandre seja forte, não se vence uma campanha sozinho. O governador Gladson Cameli e o pupilo da vez, Alysson Bestene, têm a poderosa máquina do Estado nas mãos. Bocalom, apesar da administração que apresenta, também tem o seu bocado de máquina a usar. E Marcus o que têm?


Marcus tem o capital político herdado das gestões petistas. Aquilo que lhe referenda como um candidato popular, paradoxalmente, é também a sua principal vulnerabilidade pela mira dos adversários.


Aliás, os inimigos de Marcus já não escondem a cantilena a ser usada: associam a ida de Alexandre ao MDB como uma estratégia de Jorge Viana. A ideia é associar uma suposta “permissão” dada por Viana para migração de Marcus ao MDB para viabilizar JV ao Senado em 2026, ampliando a base eleitoral do ex-governador. É a tese.


Outro detalhe, em relação às dificuldades de Marcus: a própria direção do MDB sabe que superar o uso das máquinas do Estado e da Prefeitura de Rio Branco hoje é uma empreitada bem distinta da campanha “Sem ódio e Sem Medo” do distante ano de 2000. Atualmente, não há a polarização tão viva daquela época.


Hoje, o perfil monocolor dos principais candidatos dificulta estratégias de marqueteiros e forma uma nebulosa nos olhos do eleitorado: afinal de contas, quais as diferenças fundamentais entre os candidatos, se os partidos sempre estiveram do mesmo lado do barranco?


A capacidade de negociação de Marcus foi posta a prova já esta semana pelo próprio Flaviano Melo que rechaçou coligar-se com o PT. Não se sabe ao certo qual foi a reação de Alexandre em relação ao episódio. Fica-se a imaginar a cara de interrogação do presidente do diretório estadual do PT, o professor Daniel Zen, como dizendo: “Vai deixar, Marcus?”.


O PSB, cuja principal liderança, o ex-deputado Jenilson Leite, teve expressiva votação na Capital no último pleito, quererá valorizar-se e despacha para longe qualquer raciocínio que automatize a adesão automática ao nome de Marcus Alexandre.


O senador Sérgio Petecão, o mais fragilizado de todos, calcula que ainda tem charme a oferecer, apostando mais nos olhos azuis do presidente do PSD, Gilberto Kassab, do que no capital interno do partido no Acre, vide a última eleição.


Portanto, Alexandre sabe que tem muito sapato para gastar nas periferias da Capital (para lembrar uma imagem muito usada por Flaviano Melo) no convencimento junto ao eleitor. Mas aos Cabeças Brancas do MDB cabe também muita reflexão. Porque a cor do cabelo não reflete a qualidade do juízo.


A ideia de construir um “movimento” para salvar Rio Branco do caos iminente na gestão exige tolerância. O MDB do Acre precisa apreender isso. Não se trata de ficar vulnerável à incoerência ao se aproximar deste ou daquele partido. A Capital precisa de um “adjunto”. Será que o MDB não vê essa necessidade?


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