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Moradores de invasão dizem que vão morar em frente a ALEAC se forem despejados

Moradores da invasão Terra Prometida, que ocuparam o centro de Rio Branco até o fim da tarde desta sexta-feira, 11, em protesto, fizeram uma reunião para definir o próximo passo do movimento. Segundo eles, está programado para a próxima segunda-feira, 14, cumprimento da ordem de desocupação das mais de 500 famílias. Caso isso se confirme, a decisão é a de se mudarem em massa para a frente do prédio da Assembleia Legislativa do Acre.


Jéssica Barboza, moradora da invasão, explica que havia um acordo com a Polícia Militar para a permanência do movimento no centro da capital até as 18:00, mas devido à exaustão, fome, e presença de crianças, o desbloqueio das ruas interditadas foi adiantado. “Na reunião de hoje à noite decidimos o próximo passo, mas uma coisa é certa, daqui a gente não sai nem se quiséssemos, pois não temos pra onde ir, investimos até o que não tínhamos para estar aqui”, disse Jéssica.


Em um áudio que circula em grupos de um aplicativo de mensagem, Edson Soares Mendonça, pastor de uma igreja na invasão, diz que a ideia é evitar o confronto com as autoridades que atuarem no cumprimento do mandado de desapropriação, mas diz que o grupo deve montar acampamento no prédio legislativo: “Ninguém vai bater de frente. Se vierem, podem tirar as coisas, mas nós vamos acampar na Assembleia com nossos colchões, geladeiras, os móveis, e só vamos sair de lá com uma resposta definitiva”, diz.


Conhecida por ser uma comunidade onde se originou o daime, o local ocupado irregularmente é Área de Proteção Ambiental (APA) criada em junho de 2005 e possui mais de 908 hectares de terra, segundo o Estado. O local também é o único trecho de floresta que ainda resta no perímetro urbano da capital acreana, nas margens do igarapé São Francisco, ficando lá também o patrimônio histórico e cultural da comunidade Alto Santo, fundada pelo mestre Irineu Serra, que deu origem ao culto do Daime no estado do Acre. Hoje, ao menos 500 famílias se instalaram em cerca de 30 hectares, que são hoje conhecidos como invasão Terra Prometida.


Já os moradores, negam que estejam ocupando o trecho que compreende a APA, argumentando que, inclusive, o Governo do Estado chegou a delimitar perímetro na mesma área indicando a construção de um conjunto habitacional. Segundo eles, a placa que indicava a construção foi retirada no mesmo dia em que foi colocada.


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