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Governo do Acre não paga pintor da caixa d’água da 6 de Agosto

Por
Leônidas Badaró

Em junho de 2021, o governo do estado mandou pintar a caixa d’água que fica na entrada do bairro 6 de Agosto, em Rio Branco, de azul e com uma frase que afirmava que o local havia sido palco de batalha durante a Revolução Acreana.


Ocorre que a pintura se transformou em uma grande polêmica, já que a frase foi apontada por historiadores como uma grande fake news, pois o local nunca teria sido palco de embate durante o período da Revolução.


Diante da polêmica, o governo decidiu cobrir a pintura de azul e a frase errônea com as cores originais. O governador Gladson Cameli chegou a declarar à época que estudava uma maneira de ressarcir os cofres públicos do próprio bolso. “Eu quero devolver o dinheiro gasto com essa segunda pintura aos cofres públicos, mas, antes, vou ver juridicamente. Isso está me incomodando”, revelou Cameli. O valor das duas pinturas foi de mais de R$ 160 mil.


Ocorre que a polêmica sobrou mesmo para quem executou o serviço e que não teve culpa nenhuma da “barbeiragem” histórica do governo.
Rogério Rodrigues Gonçalves, que teve sua empresa contratada para executar o serviço, até hoje, mais de dois anos depois, não recebeu os mais de R$ 82 mil reais a que tem direito pela segunda pintura da caixa d’água. “Me contrataram, eu tenho todos os documentos, e mandaram eu pintar de azul e colocar a frase. Quando teve toda polêmica, eu recebi uma ligação do próprio governador que pediu para eu pintar de outra cor. Eu expliquei que seria outro serviço e me disseram que estava tudo certo. O primeiro serviço da pintura da cor azul me pagaram, mas o segundo até hoje só me enrolam”, conta Rogério.


A reportagem do ac24horas conversou com Waleska Bezerra, então presidente do Depasa no período. Ela confirmou que pagou pelo primeiro serviço, mas informou, apesar dos dois serviços terem sido autorizados pela autarquia que presidia, que o acerto no governo era que outra secretaria seria responsável pelo pagamento da segunda pintura. “O primeiro contrato foi pago normalmente, já o segundo contrato, o combinado era que o pagamento não era responsabilidade nossa”, afirma.


A atual direção da autarquia, que hoje se chama Saneacre, também foi contatada. O atual diretor-presidente, José Bestene, informou, por meio de sua assessoria, que pediu que o empresário comparecesse na sede do órgão na manhã desta sexta-feira, 11, para analisar os documentos e descobrir quem autorizou e os motivos por que o serviço não foi pago. Apesar da promessa, até o fechamento da reportagem, no início da tarde de hoje, Rogério não foi contatado por ninguém da Saneacre.


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Leônidas Badaró

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