A Marcha das Margaridas chega à sua 7ª edição com a expectativa de que seja histórica. Cerca de 100 mil mulheres de diferentes cadeias produtivas do país voltam a se reunir em Brasília, nos dias 15 e 16 de agosto, para reivindicar maior visibilidade pública e reconhecimento social e político para a agricultura familiar e o extrativismo no Brasil.
O Acre estará representado nesta nova edição por uma delegação composta por 56 agroextrativistas de 11 dos 22 municípios do estado. As participantes residem em comunidades extrativistas ligadas à cadeia de valor da borracha e fazem parte do projeto “Mulheres da Borracha”, desenvolvido pela SOS Amazônia, em parceria com a empresa Veja/Vert, responsáveis pela ida da comitiva acreana.
“Essas mulheres são ribeirinhas, agricultoras familiares e agroextrativistas, sendo também líderes e referências em suas comunidades, atuando em cooperativas, associações, sindicatos e núcleos eclesiásticos”, define Gabriela Antônia, coordenadora da iniciativa.
Antes da viagem, para aquecer os tambores e entrar no clima da manifestação nacional, todas farão uma pré-marcha em Rio Branco, dia 12, sábado, no Hotel Terra Verde, a partir das 8h. A programação local inclui oficinas de comunicação, com técnicas da SOS Amazônia, ritmos de batuque, com o grupo Maracatu Nação Pé Rachado, e confecção de materiais políticos, como faixas, estandartes e cartazes.
“Nós vamos apresentar uma carta da delegação Mulheres da Borracha rumo à 7ª Marcha das Margaridas a fim de validar o que está sendo construído em termos de direitos sociais, políticas públicas e medidas que possam trazer bem viver e qualidade de vida para essas mulheres”, conta Gabriela Antonia.
A 7ª edição da marcha será realizada no Pavilhão Parque da Cidade, em Brasília, e logo na abertura, em 15 de agosto, contará com uma sessão solene em homenagem à Marcha das Margaridas. No dia 16, as mulheres caminham do Parque da Cidade até o Palácio do Planalto, passando pela Esplanada dos Ministérios.
As participantes esperam chamar a atenção para questões urgentes, como o combate à violência de gênero, a defesa da soberania alimentar e o acesso igualitário aos recursos naturais, além de demandar políticas públicas que promovam a inclusão produtiva, a educação não sexista e antirracista, e a universalização do acesso à internet.
O lema deste ano, “Margaridas em Marcha: pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”, enfatiza a busca por igualdade de direitos e também destaca a urgência em enfrentar a crise ambiental e climática. As mulheres agroextrativistas têm desempenhado um papel fundamental nessa luta, enfrentando diariamente os impactos ambientais em suas comunidades e defendendo a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais.
O evento é coordenado pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em conjunto com suas 27 federações e sindicatos filiados, e conta com parcerias de diversos coletivos, movimentos feministas, centrais sindicais e organizações internacionais.
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