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“Plano de desenvolvimento sustentável do Acre precisa ser retomado”, diz Marina Silva

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi entrevistada desta quarta-feira, 9, Dia Internacional dos Povos Indígenas, do programa Bom dia Ministra, transmitindo pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e que contou com a participação de jornalistas das rádios Centro América FM (Cuiabá), Nacional da Amazônia, Diário FM (Macapá), Meio Norte FM (Palmas), Cultura do Pará, Caiari (Porto Velho), Difusora do Amazonas e Difusora Acreana (Rio Branco).


Ao responder à pergunta do radialista Júnior César, da Rádio Difusora Acreana, sobre a construção da estrada entre Cruzeiro do Sul, no Acre, e Pucallpa, no Peru, cortando a Serra do Divisor, Marina disse que o plano de desenvolvimento sustentável iniciado no governo Jorge Viana precisa ser retomado, citando a Cooperacre – Cooperativa Central dos Extrativistas e Agricultores Familiares do Acre – como exemplo de empresa exportadora de produtos da floresta.


Especificamente sobre a pretendida extensão da BR-364 até Pucallpa, a ministra disse que “muitas vezes falamos da estrada, mas não daquilo o que deve ser produzido para poder ter a estrada. A gente sempre tem alguma coisa que é a salvação da lavoura: se fizer isso, aí vai ser o paraíso. Aí faz isso, e continua dizendo: ainda não é o paraíso”.


“É porque a gente tem que ter um planejamento, um plano de desenvolvimento sustentável para o estado que valorize as cadeias produtivas locais. Com muita tristeza eu vejo, nós estamos trabalhando agora duro, que a Reserva Extrativista Chico Mendes, que é um símbolo da luta ambiental do Brasil, está sendo invadida e desmatada, e vamos trabalhar fortemente para que a reserva possa voltar a ter aquela atividade que seja compatível com a sua proteção, respeitando as populações que ali estão”, disse.


Voltando ao projeto da estrada, ela afirmou que se o projeto, depois de analisado tecnicamente pelo Ibama, for viável, a licença será dada. Caso não seja, os estudos poderão ser refeitos. Marina também reforçou que, antes de pensar em estrada, o Acre deve fazer o dever de casa, que, segundo ela, é pensar na vocação econômica da Amazônia, que é ter atividades que mantenham a floresta em pé, respeitando os povos indígenas e as áreas protegidas.


“Se o Ibama tiver o projeto de licenciamento pedido, ele vai analisar tecnicamente. Se for viável do ponto de vista econômico, social, ambiental e cultural, a licença será dada. E se não for viável, às vezes é pedido o complemento de estudos, às vezes é preciso que seja reencaminhado para que estudos sejam feitos. Então, nós não facilitamos, nós não dificultamos. Agora, nós temos que parar com essa história de estar sendo criada alguma coisa que é a bala de prata que é a salvação da lavoura. O que nós temos é que fazer o dever de casa pensando no que é a vocação econômica, e a vocação econômica da Amazônia é sem dúvida ter atividades que mantenham a floresta em pé, que respeitem os povos indígenas e que respeitem as nossas áreas protegidas”, finalizou.


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