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Acre forma primeira cooperativa de detentos do país e já tem 400 associados

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Antônio Malvadeza

Composta em maioria por presidiários monitorados por tornozeleira eletrônica do sistema penitenciário do Acre, a Cooperativa Unidos Pelo Direito de Viver (CUPDV), primeira do gênero no Brasil a funcionar legalmente, começa a prosperar.


Os quase 400 associados já estão trabalhando na confecção de uniformes escolares do próprio presídio e também outros tipos de roupas. “Agora esperamos contar com o apoio do poder público, especialmente de empresários para que possamos prosperar ainda mais”, disse Janete Patrícia, presidente da entidade.


A ideia da fundação de uma cooperativa para agregar presos do sistema penitenciário do Acre, que são beneficiados com o regime semiaberto e monitorados por tornozeleira eletrônica, partiu de alguns amigos, especialmente pelas dificuldades enfrentadas por monitorados para conseguir trabalho.


Um dos primeiros associados, Roberto Moura, que passou 17 anos recolhido em uma das celas Unidade de Recuperação Social Dr. Francisco d’Oliveira Conde, e que ganhou liberdade no início deste ano, disse que a criação da cooperativa será a verdadeira salvação de presos monitorados. “Muitos voltam ao sistema penal unicamente por falta de um trabalho para poder sustentar sua família. Já estou engajado na luta, que será a redenção de muita gente. Espero que o benefício seja estendido a outras pessoas que já cumpriram suas penas e continuam desempregadas por puro preconceito”, concluiu o monitorado.


Outra que já está sendo beneficiada como cooperada é Jaine França, que passou quatro anos presa e chega a vibrar com o sucesso da cooperativa e vê na sua frente a oportunidade de dar uma guinada em sua vida. “Hoje eu me agarrei nessa oportunidade da UPDV estar dando para voltar a reintegrar a sociedade. Fico feliz em poder ajudar quem realmente quer ser ajudado a sair de vez do crime”, disse.


De acordo com Janete Patrícia, que foi eleita presidente da cooperativa, a instituição já existe de fato e de direito, inclusive possuindo o CNPJ que permite fazer qualquer tipo de contrato “Estamos em busca de uma parceria com o Governo do Estado, com o Instituto de Administração Penitenciário (IAPEN) e empresários para que venham apoiar essa iniciativa, que é a primeira a nível nacional”, concluiu a dirigente.


Robson Alencar é secretário da entidade e um dos mais esforçados para que a cooperativa alcance sucesso esperado. Ele atua no ramo de confecções e está cuidando da parte de capacitação dos cooperados. Segundo ele, já fez uma parceria com o IPTEC, que proporcionará cursos profissionalizantes para os cooperados, dentre eles costureiro, eletricista e outros.


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