O processo de escolha do chefe do Ministério Público Estadual para o próximo biênio já começou. Está aberto o prazo até quinta-feira desta semana para o registro de candidaturas. Até agora, só há um inscrito: o procurador-geral Danilo Lovisaro. E pelo que tudo indica, existe a possibilidade do atual chefe do MP ser candidato único.
Considerado “linha dura”, Danilo Lovisaro, que completou um ano e meio de gestão, esvaziou o discurso de quem apostava em uma postura radical à frente do Ministério Público Estadual, tornando mais fácil o caminho para o segundo mandato.
Tecnicamente preparado, mestre e doutor, além de professor da Universidade Federal do Acre, seria a fama de pouco flexível o principal obstáculo para alcançasse o cargo máximo da instituição. Mesmo figurando duas vezes no topo lista tríplice enviada ao Palácio Rio Branco, a quem cabe a escolha, somente na segunda oportunidade Danilo Lovisaro foi bem-sucedido.
Ao longo do seu primeiro mandato, o procurador vem demonstrando saber a diferença entre coordenar o grupo de combate ao crime organizado e de gerir uma instituição como o Ministério Público. Aparentemente, ele procurou manter relações “republicanas e harmoniosas”, como ele próprio define em diversas de suas falas e nas redes sociais, onde passou a ter um perfil depois de assumir como procurador-geral.
De implacável, Danilo Lovisaro passou a ser visto como gestor de perfil firme, porém moderado e conciliador, o que parece ter sido importante para as conquistas que o MPAC alcançou sob a sua gestão.
O duodécimo do MP passou de 4% para 5%, e recentemente foram empossados novos promotores de Justiça, além do anúncio de concurso para servidores efetivos ainda este ano. Foi também iniciativa sua, o resgate do MP na Comunidade, projeto que leva o MP para dentro dos bairros carentes do estado.
No ano passado, a pedido de Lovisaro, o Supremo Tribunal Federal (STF) multou os financiadores de atos antidemocráticos, o que posteriormente fez cessar os movimentos que questionavam o resultado legítimo das eleições.
Em outra situação de crise, a segunda maior enchente registrada no estado, o procurador-geral coordenou pessoalmente todas as ações do MP de auxílio às famílias desabrigadas.
Essa atuação talvez explique por que a poucos dias do fim do prazo para registro de candidaturas, pouco se fala em outros nomes que possam entrar na disputa.
A eleição no MPE está marcada para o dia 20 de novembro, e será a primeira por meio do voto eletrônico. De acordo com as regras, procuradores e promotores de Justiça podem votar em até três nomes, sendo que um deles será escolhido pelo governador.