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Café salta em valor no Acre

É possível que no futuro o café tenha mais peso no PIB do Acre que a soja, apesar do impressionante crescimento desta no Vale do Acre. O café avança de modo muito interessante tanto no Vale do Acre quanto no Vale do Juruá, onde hoje já possui base genética de plantas bem significativa, segundo o Campus Floresta, da Ufac. São mais de 20 clones, sendo dez desenvolvidos e testados pela Embrapa. Com estes, chegou-se à quarta colheita em 2023 e a média de produção é de 85 sacas por hectare, em cultivo sequeiro. Em lavouras irrigadas, a produtividade pode superar 100 sacas por hectare.


E é importante que isso ocorra, uma vez que o café é uma cultura permanente que possui importante capilaridade econômica, servindo às comunidades menores, às ricas fazendas — e com uma pitada de sustentabilidade socioambiental.


Avaliando o número de clones, nota-se que os pesquisadores, especialmente os da Embrapa e Ufac, já possuem muito conhecimento sobre o café, suas características e peculiaridades na região. Já reconhecem, por exemplo, que o Vale do Juruá tem potencial para a cafeicultura e oferece a possibilidade de agregar valor à produção, com um café diferenciado, “em função das condições climáticas propícias da Amazônia. Embora a produção seja essencialmente de base familiar, já existem viveiristas credenciados que fornecem mudas de qualidade e também orientam sobre práticas de manejo”. Outro ponto positivo, informa a Embrapa, é a existência de uma cooperativa ligada ao setor cafeeiro, em Mâncio Lima, que já reúne cerca de 90 produtores, e representa um grande suporte para a cultura na região.


Esse é um contexto em que se pode dizer que o Vale do Juruá puxa a produção para frente, com seu espírito empreendedor, de tendência comunitária e cooperativa. Não à toa, o valor do café saiu de R$28,7 milhões na safra 2022 para R$29,5 milhões, em 2023, consolidando um impressionante salto durante a pandemia da Covid-19: a cultura valia pouco mais de R$16 milhões na safra 2020/2021 e cresceu quase R$10 milhões em alguns anos.


Aparentemente, o governo do Estado está atento a essa movimentação. Mas é necessário mais, muito mais: omisso na questão das pontes e ramais, o poder público ameaça a produção de volume e qualificada.


A partir da presunção do “café diferenciado” dito por estudioso, é previsível garantir ao grão o mesmo status obtido pela Farinha de Cruzeiro do Sul: um produto único, extremamente palatável e potencialmente econômico.


Basta que o governo volte os olhos ao produtor e cumpra a missão para o qual foi eleito. De resto, os números já mostraram que o cafeicultor não é omisso nem preguiçoso.


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