Nos últimos anos, o Acre deu passos importantes no atendimento à pessoa com algum tipo de deficiência, mas é necessário avançar mais e com rapidez. Há centenas, senão milhares, de consultas e diagnósticos represados no sistema de saúde, especialmente em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma fila que caso não seja atendida imediatamente amplia sequelas físicas, mentais e sociais.
Entre as ações positivas, a instituição do Colar de Girassol altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência e tem por objetivo promover a conscientização e o respeito aos direitos garantidos de portadores de deficiência oculta, como o atendimento prioritário. “As deficiências ocultas são aquelas que podem não ser percebidas de imediato. É o caso da surdez, do autismo e das deficiências cognitivas, entre outras”, explica o governo do Estado.
Anos passados a Prefeitura de Rio Branco criou sinais e centralizou o atendimento ao autista, que com o tempo se viu muito inferior à demanda — mas um passo foi dado e é necessário seguir a caminhada. O Acre precisa não de um, mas de vários centros especializados dotados de profissionais e equipamentos para atender a esse público, cujo número ninguém sabe quantificar exatamente.
Apoia as organizações do terceiro setor é fundamental. As associações, centro de apoio e iniciativas particulares devem ser fortalecidas visando ajudar o Estado na árdua e complexa luta para melhor atender as pessoas com necessidades especiais.
A princípio, existe voluntariado e boa vontade, inclusive por parte de algumas instituições, como o Ministério Público. Só faltam os recursos, os meios pelos quais as filas andem e as crianças, jovens e adultos obtenham atendimento especializado e vivam com melhor qualidade junto às famílias.
Uma coisa é certa: as famílias acreanas carregam o maior fardo nessa ausência fria do Estado e o blablablá das reuniões e audiências parecem impor ainda mais sofrimento que soluções. Por isso, o que se cobra são unidades físicas especializadas e contratação de profissionais multidisciplinares, não somente nos grandes municípios como em cidades remotas, onde há, sim, demanda. E onde também o sofrimento é maior.
O Acre precisa cuidar mais dessa população. Cegos, surdos, mudos, autistas, portadores de diferentes deficiências sequer conseguem andar nas ruas esburacadas, sem sinalização adequada ou gente treinada para ajudá-los.
Ou faz isso agora, ou será julgado pela omissão, pois a demanda é tão grande que não há tempo a perder.
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