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A cirurgia que o Acre precisa não é estética

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O ac24horas já tratou do assunto. A gravidade da situação, no entanto, exige novo posicionamento. É preciso deixar ainda mais claro para aqueles que não estão convencidos do compromisso com o leitor que este site possui. Não haverá omissão. Seja qual for a personagem ou assunto, aqui receberá o tratamento adequado. Dito isto, é preciso reforçar: o atual gerenciamento do Sistema Integrado de Segurança Pública está falido. Precisa ser repensado. E urgente. O problema grave é que a principal personagem, a liderança política que deveria ter autoridade para fazer o que deve ser feito… ninguém sabe por onde anda. A pergunta que precisa ser respondida é: por onde anda Gladson Cameli?


Não é um questionamento oportunista. É uma pergunta simples, diante de um cenário próximo ao caos. A recente rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro expôs, com ainda maior gravidade, a vulnerabilidade do sistema prisional acreano. É preciso admitir, no entanto, que um aspecto também ficou latente: a rede interinstitucional funcionou. Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, OAB/AC, Ministério Público, Assembleia Legislativa estavam ali, dispostos a ajudar. Para quem conhece os ritos do poder, a imagem de todos os representantes dessas instituições, tendo o governador em exercício, presidente da Aleac, Luiz Gonzaga, à cabeceira da mesa, não deixou de estranhar a cena. Faltava algo. Faltava a condução política adequada. Faltava o governador do Estado Gladson Cameli.

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Não que o governador domine o tema de tal ordem que vá ser imperativo na condução dos trabalhos. O que Gladson Cameli entende de Segurança Pública deve ter se restringido ao Forte Apache, o brinquedo da Estrela tão desejado em outros tempos. Gladson Cameli entende de Segurança Pública tanto quanto deve entender de Físico-química. A questão é de simbologia. A questão é de representatividade. É preciso atentar para o fato de que o cidadão acreano está começando a se acostumar com a ausência do governador em momentos graves. Em política, esse sentimento de ausência é um perigo.


Segurança Pública é tema de domínio de muitos que estão na gestão. O que não há é uma condução coesa, clara. O secretário de Estado de Segurança Pública, Cel. Gaia. Poucos entendem tanto quanto ele do assunto. Mas o ac24horas insiste: a questão não é de entendimento técnico da área. A questão é de condução do trabalho. Gaia, por exemplo, é um profissional talhado para execução das ações. É homem de tropa. É disso que o Acre precisa? Ou a Segurança Pública em uma terra de gente empobrecida como o Acre deveria ter outro perfil na linha de trabalho?


Mesmo nas questões operacionais, o Acre tem levado uma surra. O cidadão comum já tem cristalizada a percepção de que quem controla a cena não são as forças de segurança. São as facções. É a criminalidade que está ganhando o jogo. Tudo bem que essa performance não é uma exclusividade acreana. Mas aqui o cenário deveria ser bem outro se os comandados de Gladson Cameli o vissem como um líder. Mas ele, de fato, o é?


Aos números: dos cinco mortos, três decapitados; dois policiais penais feitos reféns. Um dos policiais com tiro de raspão no olho. Uma cidade inteira acuada dentro de casa, duas facções brigando por espaço na hegemonia do crime, um governo frágil e um governante ausente e omisso. Se o telefonema ao ministro Flávio Dino satisfez o dia de trabalho de Cameli, é porque ele não tem a mínima noção do trabalho que deveria estar executando. Os retoques cirúrgicos que o Acre precisa não guardam relação com a estética. Tratam de compromisso com o que o povo, de fato, precisa.


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