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Acre tem potencial para aumentar exportações de grãos ao Peru, diz JV

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Com a presença de grandes empresários e autoridades, o presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (APEX-Brasil), Jorge Viana, mediou nesta segunda-feira, 24, no auditório do Hotel Diff, uma palestra onde abordou alternativas viáveis para exportação de grãos aos países da América do Sul, em especial o Peru — que faz fronteira com o Acre.


Viana abriu o encontro e revelou que os números de exportações na área do agronegócio já apresenta avanços significativos na gestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, apesar da região norte não ter grandes índices de exportação de milho, o Acre já exportou mais de U$ 3 milhões de dólares de milho ao Peru. “Estou vendo que os números já mostram um resultado animador do agronegócio que chega perto do que o país já exporta. 40% da produção de grãos é para atingir o público chinês. Temos que pegar o setor produtivo e a questão do milho é algo muito importante, para isso, precisamos criar um grupo de trabalho para discutir, o Acre também precisa resolver o alfandegamento”, mencionou.


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Bastante otimista com o mercado peruano, Viana deixou claro que o Acre dispõe de potencial para duplicar as exportações. “Com os números ficou evidente o enorme potencial do Acre pra produção de milho, 90% do milho que o mercado peruano consome vem da Argentina e o Acre começando as exportações vai ajudar a resolver o problema com o produtor do sobe e desce de preço. Com tudo que já fizemos, como Infraestrutura de estrada, eletrificação rural, nós agora podemos fazer com que haja crescimento das exportações”, mencionou.


O presidente da Apex também citou a possibilidade da produção de etanol por meio do milho. O etanol começou a ser produzido a pouco tempo, porque 40% do milho é amido para produzir etanol, os outros 60% é direto para proteína animal. O etanol entra com 25% dos custos de ganho. Com plantio acima 50 mil hectares para uma planta de etanol. Eu acho que a cadeia produtiva do milho vai crescer bastante e o Acre pode tirar proveito disso”.



O coordenador da câmara técnica do agronegócio do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento, professor da Embrapa, Judson Valentim, contou que a produção de milho cresceu abundantemente e gera uma renda de R$ 170 milhões ao Estado. O professor adiantou que existe a possibilidade do Acre chegar a mais de 380 mil hectares de plantio de grãos – podendo chegar ao faturamento superior a R$ 5 bilhões. “Essa produção do milho pode ser tanto exportada como fomentar a pecuária e o setor agroindustrial, gerando emprego na área da indústria do estado”, argumentou.


Valentim defendeu junto aos empresários a mudança na lei ambiental. “A lei ambiental precisa ser revista, pois está em conflito com o código florestal. Como estamos falando de comércio exterior, acho que a câmara técnica poderia ser o local para podermos debater o que trazer de volta na viagem do milho, dá pra trazer calcário e outros produtos”, citou.



O empresário Jorge Moura, considerado o Rei da Soja, disse que as exportações de milho ao Peru é um sonho que pode estar prestes a se concretizar. “Há mais de 40 anos esperamos exportar a nossos vizinhos, milho, soja, boi, frango. Isso será uma vitória para nós e o estado do Acre. A gente espera que simplifique a burocracia”, opinou.


Assuero Veronez, presidente da agricultura no Acre, disse que os números mostram o crescimento da produção de grãos em solo acreano. “Agora, todo mundo tá investindo. Hoje, estamos vendendo milho a um preço abaixo da produção. O Peru apresenta um mercado importante, eles importam 3 bilhões e exportam 1,5 bilhões. O mercado está na frente e precisamos ver o que vamos trazer de lá pra cá. Então, precisamos abrir o mercado e temos que fazer acontecer e a tentativa é de união com o governo federal e estadual”, explicou.



O secretário de indústria e tecnologia, Assurbanipal Mesquita, ressaltou que o assunto da alfândega abordado por Jorge Viana já está sendo discutido junto ao governo federal. “O Mapa está fazendo concurso para suprir a carência de profissionais e o certame será regionalizado. Até lá será feito uma força tarefa para ver como podemos ajudar e melhorar a capacidade de atendimento”, comentou.


Gustavo Ferreira da Silva, chefe da divisão da defesa agropecuária do MAPA, usou o dispositivo e defendeu que para a abertura do mercado de exportações, os empresários precisam estar alinhados com a lei. “O mercado é muito exigente”, observou.


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