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Deficiente visual participa de júri popular em Cruzeiro do Sul

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O jovem Bruno Feliciano, de 22 anos, que mora em Cruzeiro do Sul, nasceu com deficiência visual e é estudante do Curso de Direito da Universidade Federal do Acre, foi o primeiro cego a compor o Conselho de Sentença para julgamento de um réu, como jurado.


Ele viveu essa experiência no início de julho no Tribunal do Júri de Cruzeiro do Sul, quando foi sorteado para compor o Conselho de Sentença para julgamento de um réu por tentativa de homicídio. Foi aceito pela defesa do réu e pela acusação, representada pelo promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre, Fernando Terra.


A juíza de Direito substituta Gláucia Gomes, que presidiu a sessão de julgamento popular, garantiu a participação dele no Conselho de Sentença, com algumas medidas. Para a votação, criou cédulas “sim” ou “não” em Braile.

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“Ele ficou muito feliz de participar. É uma pessoa muito engajada na defesa dos direitos das pessoas com deficiência”, disse a juíza.


O estudante de Direito foi auxiliado por uma enfermeira durante todo o júri e agradeceu pela maneira solícita de como todos o trataram. Enfatizou que a deficiência visual não foi fator preponderante da decisão de fazer parte do júri, quando foi sorteado para compor o Conselho de Sentença com mais seis pessoas.


“A deficiência não foi fator preponderante da decisão de eu continuar no júri, de enviar documento de dispensa. Na verdade, a deficiência nem chegou a ser considerada. Nem lembro da minha deficiência quando vou tomar alguma decisão. Não me impede”, finalizou.


Bruno cita que o júri da Boate Kiss, realizado em dezembro de 2021, que condenou os quatro réus acusados pela prática de 242 homicídios e de 636 tentativas de homicídio, mas anulado por uma decisão do TJ-RS, foi a motivação para ele querer ser jurado e representar a sociedade.


“Os profissionais não levaram a sério como deveria ser a solenidade de um júri. A meu ver, a interpretação dos jurados pode ter sido comprometida, pois se utilizaram de alguns artifícios questionáveis. Faço a graduação em Direito por amor. E o júri da Boate Kiss me inspirou a fazer justiça da maneira correta, julgar de acordo com a lei”, finalizou.


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