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O Acre não é para os fracos: mas não precisa exagerar

Mais uma vez, a rotina da Segurança Pública não permite o silêncio. Execução, crime contra a mulher, acidentes de trânsito (violentos como poucas vezes se viu por aqui). E o que é mais espantoso é que o cidadão comum não vê, por parte das autoridades da área, nenhum gesto na busca por solução.


No que se refere ao trânsito, por exemplo. O ac24horas não faz nem referência à equipe da RBTrans: qualquer coisa que se exija da Prefeitura de Rio Branco é pedir demais. Dali, não pode sair nada que seja minimamente razoável. O descontrole é geral e não seria da RBTrans que viria algum bom exemplo.


Mas da equipe chefiada pela presidente do Departamento Estadual de Trânsito, Taynara Martins, era de se esperar uma reação mais compromissada. As campanhas de Educação no Trânsito estão cada vez mais tímidas. O trânsito do Acre, em Rio Branco de forma especial, está cada vez mais violento.


As campanhas que promovem a direção preventiva; campanhas específicas para motociclistas; campanhas que eduquem para uso dos equipamentos de segurança entre motociclistas e ciclistas; campanha de formação de futuros condutores nas escolas. Onde estão?


E não adianta o exército de assessores reagir ao editorial na vã tentativa de mostrar o que não está evidente: não adianta imprimir duas dezenas de panfletos, distribuir em seis semáforos durante meia hora e achar que o trabalho foi suficiente. Não adianta levar atores um dia para apenas uma escola e achar que massificou a ideia da “cidadania no trânsito” na cabeça dos futuros condutores.


Não é disso que se trata aqui. Educação para o Trânsito Cidadão é uma ação que não deve ser interrompida. É um trabalho ininterrupto. Teria que ser constante, independente de quem seja o governante ou o presidente do órgão.


Quanto às execuções do jovem Marcos Vinícius Borges de Lima, 18, no Cidade do Povo e de Liúri Silva da Conceição, 32, grávida de quatro meses, morta com um tiro na cabeça, estão inseridas naquele conjunto de consequências, resultado de omissões das autoridades em Segurança Pública.


Houve um tempo recente que o Calafate era a região mais perigosa da cidade. Pensou-se em iniciar por lá o princípio de “ocupação” dos espaços; ocupação dos territórios. Só a polícia esteve presente. E por pouco tempo. O aumento da taxa de criminalidade migrou e aumentou na região do Segundo Distrito. Fizeram até hasteamento de bandeira. Outros policiais ficaram alguns dias. E não permaneceram. O crime ficou. E aumentou.


Há tempos se sabia que o Cidade do Povo seria o que se apresenta agora. O projeto Cidade do Povo é um projeto habitacional equivocado? Sim. Há muito se sabia disso. A própria Polícia Militar travou discussões acaloradas à época da elaboração do projeto. Mas o então governador Sebastião Viana insistiu, esbravejou. Agora, não adianta chorar o conjunto construído.


É preciso que as forças de Segurança Pública façam o que deve ser feito. A informação dos pontos de venda; as personagens; em alguns casos, até mesmo que tipo de armas os criminosos têm a polícia sabe. O que falta?


O noticiário desse fim de semana expôs como o Acre está feio e perigoso. E a querida Rio Branco muito maltratada. O povo embrutecido, deseducado, excluído: é a mulher que agride a suposta amante na saída de uma escola. É o pai que vai reclamar com o genro as agressões que a filha sofre e leva três terçadadas. É a briga de dois bêbados em frente a um quartel no Quinari, assistida pela indiferença dos policiais. Tudo bem que o Acre não é para os fracos. Mas não precisa exagerar.


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